Elias Fragoso

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Pura naftalina

Por Elias Fragoso 03/01/2023 14h02
Pura naftalina

Imediatamente após eleição presidencial, afirmei neste espaço que Lula iria repetir o mais do mesmo petista de sempre. Seu governo começou ontem, mas as digitais do rumo que vai seguir estão aí para quem quiser ver. Desde a indicação de economistas heterodoxos para a área econômica, passando por um time de petistas “in pectore” no núcleo central do poder e fechando com um time de ministros – com algumas raras exceções – encalacrados na justiça. Se ele tivesse nomeado 40, ao invés de 37, o mote do seu governo estava feito. Nada de novo quando se trata de PT e de Lula.

Na posse a confirmação. O velho discurso heterodoxo-socialista-petista de sempre cheirando a naftalina. Provado e comprovado como um desastre em países que tiveram a desventura de ser governados pela esquerda latino americana, mais retrógada que o comunismo Stalinista enterrado pela Rússia há 3 décadas.

De volta, lá vem ele e a mesma ladainha de sempre: o carro chefe do crescimento deve ser o consumo popular (ele só precisa explicar como vai fazer a mágica de transformar 70% da população endividada em prazos superiores a 18 meses em novos consumidores – Dilmismo no mais puro estágio de degradação do seu não-pensamento).

Disse mais na posse, os bancos estatais devem ser os grandes indutores de investimentos (quase quebraram na passagem dos petistas pelo poder com empréstimos e operações graciosas para mega empresários). Só faltou dizer que vai ressuscitar a política dos campeões nacionais que encheu os bolsos de alguns empresários corruptos – mas in pectore – da turma vermelha.

O novo presidente (que começa o mandato com a maior rejeição de todos os tempos) bate o pé e diz que o Brasil não deveria importar combustíveis, microprocessadores, fertilizantes, aviões, etc. Que cabe ao Estado (sic!) construir uma politica industrial que garanta acesso a financiamento a custos adequados para [os industriais brasileiros] trazer a indústria nacional para o século XXI. Naftalina no mais puro estágio. Foram medidas como essa que tornaram o país uma das economias mais fechadas e ineficientes do mundo. Dar um choque de competitividade nos chapa branca acostumados a mamar nas tetas do governo, nem pensar!

Sabe o que ele prometeu? Acabar com o teto de gastos. E nada disse sobre criar uma âncora fiscal baseada em superávits fiscais (sem aumentar impostos), nem como vai enfrentar o cenário de descontrole dos gastos públicos, ou realizar as reformas estruturantes que este país – em coma – precisa desesperadamente para sobreviver, nem controlar a divida para ela não sair do controle no curto prazo. Medidas que permitiriam ao BC baixar os juros e dar um “folego” a mais ao governo, empresários e assalariados, nem uma palavra. Néca de catibiriba como diria a minha mãe. Mas tem espaço para o Centrão-Ladrão continuar suas esptrepolias.

Lula, como Bolsonaro, é responsável direto pela divisão ao meio da sociedade brasileira. Mas não tem perdido oportunidade para, de soslaio verbalizar o seu instinto mais soez - tão venenoso quanto o do ex-presidente – de vingança, quando o que a Nação espera é o exato oposto. São figuras menores incapazes – um e outro - de conduzir o Brasil ao seu leito natural de crescimento e desenvolvimento sonegado ao povo brasileiro há mais um século por esse tipo de gente.

Temos à frente uma expectativa de mais 4 anos perdidos e risco de perdermos outra década.