Resultados do persistente e impune discurso de ódio
Vejam que coisa: o Brasil está exportando atitudes fascistas para o país pai do fascismo, como pode ser constatado na agressão – verbal e física – sofrida por Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal, e sua família, no aeroporto de Roma.
Repetindo o aqui já escrito, o bolsonarismo incorpora as características mais vulgares, bagunceiras e agressivas da famigerada “Tropa de Assalto”, a SA, milícia que garantiu o assalto de Hitler ao poder (em seguida, eliminadas pelo próprio).
Baderna, vagabundagem, certeza de estar acima da lei são características comuns entre as hordas lideradas por Ernst Röhm (1887/1934) e Jair Messias. A diferença é que o mito brasileiro é pessoalmente um covarde e esse traço é repassado a seus áulicos.
Covardemente, o agressor bolsonarista, “empresário” do interior paulista, tenta negar o presenciado por dezenas de testemunhas, e, em depoimento prestado à Polícia Federal, candidamente, declarou que “não foi nada de tão extraordinário”.
Pois é. Para essa súcia atacar um Ministro do STF, agredir verbalmente sua família e dar um tapa num de seus filhos não é “nada de tão extraordinário”, e consideram isso um “direito à liberdade de expressão” – exclusivo para a corja bolsonarista, lógico.
Simplificações criminosas do tipo “bandido bom é bandido morto” se estendem covardemente para quem quer que seja adversário, ou mesmo quem pense diferente da própria caterva bolsonariana – estimulada pelo discurso do mito “treinado para matar”.
Mortes já aconteceram, não nos esqueçamos. Esse foi o mote dos assassinatos de Mestre Moa do Katendê (Salvador/BA, 8/10/2018) e de Marcelo Arruda (Foz do Iguaçu/PR, 9/7/2022): os homicidas, bolsonaristas declarados, mataram pelo “mito”.
Ao longo de toda carreira, Jair Messias centrou seu discurso de ódio no “direito de matar”. Defendeu o fuzilamento até para Fernando Henrique Cardoso, sem falar na repetição de pérolas como “o erro da ditatura foi não ter matado mais”. Era o “sincerão”.
Em 7 de setembro de 2022, falando para uma multidão de cupinchas apinhados em Brasília, o dito mito foi “sincerão” em relação ao então presidente do STF, insultando-o, e insuflando sua gentalha contra aquela autoridade. E nunca desdisse essa ordem unida.
HOJE NA HISTÓRIA
"Ai dos vencidos", painel pintado (por volta de 1450) por Giovanni Guidi, obra hoje na Yale University Art Gallery
18 de julho de 390 a.C. – Os gauleses, ao contrário do popularizado pelos fantásticos quadrinhos do Asterix, invadem Roma e saqueiam a cidade. Breno, líder dos invasores, ao negociar a quantidade de ouro que seria pesada como resgate, teria jogado sua espada de ferro sobre a balança e dito: “Ai dos vencidos!” (Vae citis).
As forças invasoras eram da tribo Sênone, gauleses celtas que cruzaram os Alpes e se estabeleceram na costa do Mar Adriático, perto de onde hoje está a cidade de Rimini. Uma série de conflitos fizeram com que os sênones marchassem sobre Roma, derrotando o exército romano nas margens do rio Ália, há 2.313 anos.
Depois da vitória, da invasão e do saque, os gauleses voltaram para a área que ocupavam (ao Norte da atual Itália) e seguiram hostis até o ano de 283 a.C., quando foram derrotados definitivamente pelos romanos e sumiram do mapa.
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