Um Brasil de população quilombola se apresenta
Ontem, notícia comum em boa parte da mídia dava conta do tamanho da “população quilombola” existente no Brasil, e que se reconhece como tal. Uma das reportagens mais interessantes sobre essa pauta está n’O Globo.
Reportagem que pode ser lida no site globo.com [https://g1.globo.com/economia/censo/noticia/2023/07/27/censo-do-ibge-a-cada-10-municipios-do-brasil-3-tem-moradores-quilombolas-veja-mapa-e-consulte-sua-cidade.ghtml] e que traz dados claros, e não tece juízo de valor.Uma das questões mais importantes desta pesquisa, baseada nos dados do Censo 2022, realizado pelo IBGE, é exatamente esse gesto de autorreconhecimento como “quilombola” (individual e coletivamente).
Reconhecer-se como pessoa preta, negra, afrodescendente, é atitude de grande importância num país que sempre procurou esmagar a compreensão do racismo, forçando seu mascaramento em benefício de um inexistente “Brasil sem preconceito”.
Segundo os dados IBGE/2022, “mais de 30% das cidades do país têm moradores quilombolas”, o que conforma cerca de “1,7 mil cidades em todas as regiões, em quase todos os estados”. É a primeira vez que essa questão é colocada num censo.
Por esse estudo, existem 1,3 milhão de pessoas “que se identificam como quilombolas” o que “corresponde a 0,65% da população total” brasileira. E mais, 70% das comunidades que se identificam como quilombolas estão no Nordeste.
Menos nos estados de Roraima e Acre, todas as unidades da federação brasileira possuem populações que se veem como quilombolas, com destaque para Maranhão e Bahia, que concentram 50% do número dessas comunidades.
Esses núcleos não devem ser confundidos com os quilombos guerreiros existentes durante o período escravocrata e que foram focos de resistência e luta contra a escravidão, como no caso dos Palmares (+1580/1694) – o mais famoso e extenso de todos.
Os atuais quilombos, reconhecidos como tal na Constituição de 1988, formaram-se principalmente a partir da Lei Áurea (1888) quando, sem ter para onde ir e desassistidas, levas de pessoas ex-escravizadas buscavam sobreviver juntas.
Esse autorreconhecimento ganha, pela primeira vez, números. Trata-se de acontecimento muito importante. Ao invés de concluir, abre um novo momento de conhecimento étnico/social, de pesquisa, e de autoconhecimento do Brasil real.HOJE NA HISTÓRIA
28 de julho de 1823 – tropas portuguesas resistentes à independência do Brasil se rendem no Maranhão, marcando uma vitória importante das forças brasileiras.
Houve resistência de uma minoria da elite colonial (portugueses e brasileiros), apesar da independência do Brasil – sob o comando de Pedro – ter sido uma estratégia esboçada por Dom João VI, que passou para a história a famosa frase “põe a coroa sobre a tua cabeça, antes que algum aventureiro lance mão dela”, dirigida seu filho predileto, complementando: “antes que seja para ti, que me hás de respeitar”.
Depois do berro de Pedro às margens plácidas do Ipiranga, em 7 de setembro de 1822, algumas tropas pró-Portugal, contrárias à independência brasileira, terçaram armas nas províncias da Bahia, Maranhão, Piauí e Grão-Pará – além da Província Cisplatina, que mais tarde se tornaria o Uruguai. A vitória das forças pró-independência no Mararão foi essencial para o final feliz do processo que consolidou o Brasil como país soberano.
Leia mais em [https://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_da_Independ%C3%AAncia_do_Brasil]e [https://pt.wikipedia.org/wiki/Cronologia_do_Imp%C3%A9rio_do_Brasil]
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