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A Botija de Dona Nazinha

Por Cecília Carnaúba 21/08/2023 10h10 - Atualizado em 21/08/2023 10h10
A Botija de Dona Nazinha

Cecília Carnaúba, autora da poesia

Um coração dorminhoco esbarrou bem na frente daquela janela
madeira brechadinha de vidro com uma renda branca bem suave
a porta era igualzinha, duas bandas soltas nem conhecia taramela
aberta de par em par, logo à frente viu a Mãe, Santa Maria, Salve!

Depois da nave as orquídeas, um arbusto e as plantas, é o jardim!
todos os cantos viam, mas bem coberto dos de fora, anjo sabido!
sopro de ar, passeio dos pensamentos e os cochichos de serafim
cheiro de tempero e a quentura de fogo, só cuidado sem alarido

Doce de banana roxinho-roxinho, um bolo simples, fofo, pra café
da alma só o encanto, uma oração: agradeço o descanso da noite
e a claridade desta nova manhã, Deus da vida que me fez de pé!
recanto seguro, guardado da maldade, da inveja, do fel, do açoite

Vasculhou em volta um delicado perfume! não achou, era d’onde?
mobília bem arranjada vinda de trem Maria Fumaça, piuí…piuiii…
gorgeou acolá o canário amarelinho: espreite, há quem se esconde!
Pinotando de rama em rama, a felicidade. Olha só! É ela! mora ali!