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Um em cada cinco jovens usam cigarro eletrônico no Brasil

Por Redação com assessoria 29/08/2023 12h12
Um em cada cinco jovens usam cigarro eletrônico no Brasil

No dia nacional de combate ao fumo, o Conselho Regional de Farmácia de Alagoas traz um alerta quando ao uso do cigarro eletrônico. Dados do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico (Vigitel) do Ministério da Saúde apontam que um a cada cinco jovens de 18 a 24 anos usam cigarro eletrônico no Brasil.

O consumo maior é do sexo masculino na faixa etária de 18 a 24 anos. Na região Nordeste, 6,6% dos jovens já fizeram uso deste dispositivo. No Brasil a comercialização, importação e propaganda de cigarros eletrônicos é proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), contudo, a compra continua ocorrendo pela internet e em pontos de venda do comércio, incluindo camelôs, além de festas e boates.

Dr. Robert Nicácio, farmacêutico clínico e que trabalha com cessação tabágica, explica que o consumo deste produto é considerado modismo no Brasil, acompanhando o comportamento de países como Estados Unidos e Reino Unido, onde a comercialização é permitida. “Por conta da praticidade e aparência, o cigarro eletrônico tem sido um atrativo para os jovens, contudo, eles possuem substâncias tóxicas além da nicotina”.

Os vapes apresentam mais de 80 substâncias tóxicas como propilenoglicol, glicerina, nitrosaminas, químicos oxidativos, metais, benzaldeíco, cinamaldeido ou diacetil que variam de acordo com o produto. De acordo com o farmacêutico, os cigarros comuns também possuem substâncias nocivas à saúde e se for fazer uma comparação entre o cigarro comum e o eletrônico, ambos possuem nicotina, principal responsável pela dependência causada. “O fumo está associado a diferentes doenças crônicas e enfermidades como tuberculose, infecções respiratórias, impotência sexual e infertilidade”.

As outras substâncias que são encontradas nos cigarros são: naftalina (veneno para barata), amônia (desinfetante), acetona (removedor de esmalte) e tolueno (solvente para tintas) no cigarro comum e no eletrônico temos álcool, propilenoglicol (solvente), nitrosaminas (conservante altamente cancerígeno) e outras substâncias tóxicas que não se tem conhecimento da verdadeira composição destes produtos já que eles são vendidos na clandestinidade. “Com diferentes essências e sabores, o cigarro eletrônico pode provocar consequências tão nocivas quanto o cigarro, incluindo doenças pulmonares e cardiovasculares e câncer”, alertou.

Robert ressalta que as indústrias que produzem os vapes argumentam que eles são uma maneira de as pessoas pararem de fumar, o que não é verdade já que o consumo tem crescido entre os jovens, conforme Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar de 2019 que mostrou que 13,6% dos estudantes de 13 a 15 anos já experimentaram cigarro eletrônico. Entre alunos de 16 a 17 anos, o índice é de 22,7%.

Causa morte


A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica o tabagismo como uma doença que mata anualmente 8 milhões de pessoas, sendo 7 milhões pelo fumo ativo e 1 milhão por passivo. “Essa é uma das principais causas de morte evitável no mundo. Então, a minha orientação enquanto profissional de saúde é que evite dar o primeiro trago porque a dependência é uma realidade. Adotar hábitos de vida saudável, é a melhor escolha que se pode fazer”.