Elias Fragoso

* Este texto não reflete necessariamente a opinião do Em Tempo Notícias

CASO BRASKEM: TRAIR E COÇAR É SÓ COMEÇAR...

Por Elias Fragoso 24/09/2023 10h10
CASO BRASKEM: TRAIR E COÇAR É SÓ COMEÇAR...

Nos dias 16 e 17 deste mês, o instituto de pesquisas IBRAPE realizou na cidade de Maceió uma pesquisa de opinião com 2000 pessoas e, dentre as diversas questões, o instituto perguntou se as pessoas concordam com as ações do senador Renan Calheiros em apoio aos afetados pelo megadesastre que a Braskem provocou em nossa Capital e sua articulação para que a venda da empresa se dê apenas após a resolução do imbróglio Braskem em Maceió (lembra que a empresa, e sua maior acionista a ex. Odebrecht foram condenadas na Lava Jato no Brasil, e nos EUA pagaram alguns bilhões de dólares para se manter operando e não ter diretores presos?).

Mas voltemos à pesquisa. A resposta dos maceioenses sobre a atuação do senador neste imbróglio Braskem, alcançou assombrosos 76% de apoio (em cada 10 maceioenses, 7,6 respaldaram esse seu trabalho). Um dado acachapante! E uma resposta cabal da cidadania.

Em outra pergunta o IBRAPE perguntou aos maceioenses o que eles achavam da atuação do prefeito JHC no imbróglio Braskem e nada menos que 49% desaprovaram as suas atitudes. Ruim mesmo fica para ele, quando a pesquisa revela o que o entrevistado acha sobre a “doação” criminosa de parte de Maceió à Braskem. Aí a coisa toma ares de calamidade para JHC: nada menos que 60% dos pesquisados reprovam a sua atitude. Um número avassalador para quem tem o poder e máquina de propaganda nas mãos e pretende se reeleger.

E uma resposta dos cidadãos à negociata prefeitura-Braskem traindo Maceió pelos 30 dinheiros modernos do Judas: o 1,7 bilhão de reais que na verdade é menos de 1 bi – que não serve para quase nada, já que só em mobilidade a cidade precisa de mais de 4 bi de reais para resolver seus problemas atuais - já que a corporação não satisfeita em virar dona de parte da cidade por “doação” irregular, ainda tomou para si 700 milhões dizendo que essa grana ela já gastou na cidade em ações mitigadoras ao megadesastre que ela provocou.

Legal, né? A Braskem arrebenta parte da cidade, mantem reféns outras 150 mil pessoas que correm risco de saúde e até de vida por conta da presença criminosa de uma indústria química velha, de 50 anos, dentro do centro de Maceió, que até hoje não assumiu essa culpa e ainda pega de volta a grana que ela diz ter gasto para fazer sua obrigação. Desconheço tamanha desfaçatez corporativa e tão vergonhosa vassalagem suspeita de autoridades anômicas.

A pesquisa se estende por outras searas da política. Mas o que nos chama a atenção nela é a clara posição de quase 80% dos maceioenses às iniciativas políticas em defesa dos afetados e da população contra as investidas da Braskem. E aí se soma à ação do senador, a entrada decisiva do governador na luta pró Alagoas e seus cidadãos.

Alguém aí pode pensar rasteiramente que estou defendendo A ou atacando B. Nada disso, como cidadão, tenho um único compromisso: defender Maceió e Alagoas – dentro dos meus limites e meios – contra quem investe contra nossos interesses e alertar as pessoas sobre isso.

Cadê os demais políticos? Vão continuar a bancar as avestruzes de sempre fingindo nada estar acontecendo com nossa cidade, com nossa gente? Continuar com discursos “de araque”. Ou reuniões de “mentirinha” para enganar incautos? Tomem vergonha dessa atitude covarde. Somos nós quem os elege e reelege.

Quem não está do lado de Maceió e dos maceioenses está nos traindo. Sem meio termo. E assim será daqui pra frente neste espaço.