Uma ponte dos desejos e dos suspiros: Penedo-Neópolis
Dentre os velhos desejos alagoanos não atendidos, se destaca uma ponte – em Penedo – sobre o Rio São Francisco. Sonho também da sergipana Neópolis, mas fiquemos, por ora e nessas linhas, com a margem esquerda.
Desejo velho, que acompanha o processo de crescimento econômico daquele trecho ribeirinho, em longo período próspero que marcou mais da metade do século XX, envolvendo ambas as margens, Penedo e Neópolis.
Com as duas beiras em franco desenvolvimento, açuladas pelo cultivo do arroz que vicejava especialmente nas várzeas alagoanas, fizeram concentrar o trânsito naquele ponto, com as balsas transportando veículos em seus lombos.
Esse fluxo, aliado à ancestral relevância penedense como centro econômico e cultural do Baixo São Francisco, alimentou a ideia de uma Senhora Ponte, uma terceira margem do rio, garantido ali o fluxo com segurança.
Essa visão de futuro foi uma das molas propulsoras para o projeto do Hotel São Francisco, levando a família Peixoto a se antecipar no tempo e investir pesado na construção do maior complexo hoteleiro em Alagoas naquele tempo.
Aquele tempo era o final da década de 50. O hotel, projetado como um complexo que contemplava, além dos leitos, grande cineteatro, lanchonete moderna, restaurante e American Bar disponíveis ao resto da cidade etc.
Naquele tempo se construía Brasília, o maior monumento urbano da Arquitetura Moderna mundial, e o projeto do Hotel São Francisco teve como partido as concepções de vanguarda da Arquitetura Moderna Brasileira.
Esperando a ponte, Penedo assumiu uma posição avançada no cenário da construção civil em todas as ribeiras do Baixo São Francisco. E fez-se, em meados de 1961, o maior polo hoteleiro no pedaço, deixando Maceió a ver navios.
Naquele tempo, e até hoje, aquela ponte não veio. Outra foi construída à montante, após demoradas obras entre 1972 e 1978, ligando a alagoana Porto Real do Colégio à sergipana Propriá. Penedo e Neópolis ficaram a ver navios.
Hoje, com um alagoano, Renan Filho, no Ministério dos Transportes, o sonho de Penedo e Neópolis se anuncia como realidade próxima. As janelas panorâmicas do sexagenário hotel, pacientemente, ainda esperam pela visão dessa ponte.
HOJE NA HISTÓRIA
26 de outubro de 1860 – Guiseppe Garibaldi encerra os combates da Expedição dos Mil, campanha militar decisiva pelo “Rissorgimento” Italiano, conquistando o Reino das Duas Sicílias, e apresenta os resultados da jornada de seus “Cammisi Russi” para Vitor Emanuel, rei da Sardenha e futuro monarca da Itália Unificada.
Garibaldi, herói também no Brasil por conta de sua participação na Revolta Farroupilha (Rio Grande do Sul, entre 1835 e 1845), retornou à sua terra natal e, a partir de 1848, tornou-se o líder do processo que unificou a moderna Itália, antes uma colcha de retalhos de reinos autônomos e quase todos dependentes de alguma potência estrangeira.
Conhecido como “Camisas Vermelhas”, o grupo de Garibaldi tinha posições mais radicais para o processo de formação da Itália moderna e era considerado de esquerda. Apesar de terem ganhado a guerra, não conseguiram se consolidar no poder, e a monarquia chefiada por Vitor Emanuel II enveredou pelos modelos conservadores europeus.
últimas
-
POLÍTICA
Bastidores apontam ‘acordão’ de olho nas eleição de 2026
-
Denunciam violência
Após protesto, representantes dos motoristas por aplicativo são recebidos na SSP
-
De parabéns!
Maceió recebe pontuação máxima do MEC na alfabetização de crianças
-
Edital
Maceió seleciona alfabetizadores populares e tradutores-intérpretes de Libras
-
Latrocínio
Delegado detalha assassinato de motorista por aplicativo e diz que foi "pura maldade"