Com a chegada de estações mais quentes e a necessidade de deixar o corpo à mostra, a corrida pelo emagrecimento e por corpos mais definidos aumenta, principalmente entre o público feminino. Mas antes de sair aderindo às dietas e treinos da moda é preciso estar atento ao funcionamento e comportamento de cada corpo para, assim, chegar ao resultado desejado.

O educador físico Cleiton Nascimento, especialista em estética feminina, destaca os principais fatores que interferem no corpo da mulher e que devem ser levados em consideração ao desempenhar alguma atividade. Ele menciona que as variações hormonais, oriundas do ciclo menstrual, é o principal destes fatores. “O ciclo menstrual traz para a maioria das mulheres grandes mudanças: alterações de humor, disposição e indisposição, cólicas e muitas vezes dores pelo corpo, de maneira geral. Então é preciso conhecer bem estas variações e de que forma elas afetam a aluna, para que possamos tirar o melhor proveito em cada fase deste ciclo”.

Segundo dados da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte, o estrogênio, presente em maior quantidade na primeira fase do ciclo menstrual, dá mais força, resistência, disposição e ainda ajuda a mulher a ficar mais concentrada, proporcionando um bom desempenho diante de treinos de alta carga e intensidade. Já na segunda fase do ciclo a progesterona atua de forma mais incisiva, deixando a mulher desconcentrada, indisposta e mais suscetível a treinos mais longos, porém menos intensos e com cargas mais leves.

“Se bem programado, é possível manter a mulher ativa durante todo o ciclo menstrual. Mesmo nas mulheres que não menstruam, há maneiras de desenvolver treinos para que elas alcancem o seu melhor desempenho. Em todos os casos, é preciso que ela esteja bem acompanhada de um bom profissional de educação física e que consiga fazer o equilíbrio entre o treino ideal para cada corpo, uma alimentação equilibrada e o descanso necessário no processo de recuperação do pós-treino”, salientou o educador.

Além das questões hormonais, a análise postural interfere diretamente no resultado de estética corporal, isto porque uma boa postura leva a um melhor equilíbrio do nosso corpo fazendo com que os músculos trabalhem de forma adequada sem gerar compensação. “A avaliação postural é uma análise mais profunda e detalhada dos músculos que podem estar em hiperatividade, encurtados ou alongados, gerando algum tipo de compensação. Tais compensações, advindas de uma má postura, fazem com que o músculo que queremos trabalhar não seja ativado e isso interfere negativamente no resultado que queremos alcançar, além de gerar dores e, por vezes, doenças como tendinites e atrofia muscular”.

Cleiton Nascimento ressalta ainda que mulheres que passam muito tempo em pé, usam frequentemente salto alto, computador ou celular, em sua maioria, apresentam problemas no alinhamento postural. Além disto, a própria genética feminina, que geralmente dispõe de quadris mais largos também afetam a postura, demandando um olhar mais direcionado para cada caso. “As peculiaridades do corpo feminino são muitas e é por isso que se faz necessária uma anamnese bem compreendida a fim de que se descubra as causas dos incômodos para que enfim possamos tratá-las com a atividade física que melhor se encaixe para a sua realidade. Desta forma, podemos entregar uma qualidade de vida melhor a esta mulher e, consequentemente, um corpo mais harmônico saudável e equilibrado”, finalizou.