Tic Tac Tic Tac / Por Enio Lins

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Não existem povos superiores, nem perfeitos

Por Enio Lins 23/02/2024 08h08
Não existem povos superiores, nem perfeitos

Vamos a questão lançada na edição de ontem. Pergunta: É possível ser judeu e nazista? Respostas: Judeu é um povo, e/ou uma condição étnica, e/ou uma religião. Nazista é quem defende a superioridade racial, e que os mais fortes devem eliminar ou subjugar os mais fracos, defende o extermínio em massa de grupos que considere hostis, e considera seu direito inalienável a um “espaço vital” contra todos e contra tudo.

NAZISTA É EXCLUSIVIDADE ALEMÃ?

Nessa definição de nazistas se enquadram os militaristas japoneses que não eram germânicos nem tinham judeus como alvos principais, mas massacraram chineses, coreanos – até americanos – e quem mais consideravam como raças inferiores que “ocupavam indevidamente” o “espaço vital nipônico” (quase tudo banhado pelo Oceano Pacífico). Praticaram impiedosamente o nazismo, em versão japonesa, até engolirem duas bombas atômicas (americanas), em Hiroshima e Nagazaki.

FATOS E SOFISMAS

Não existe povo uno, capaz de pensar ou agir como se fosse uma só pessoa. O povo judeu, como o povo americano, ou russo, ou árabe, ou europeu, ou tupinambá, é diverso. Para usar vocábulos em moda, existe judeu do bem e existe judeu do mal. Existem judeus de esquerda, de direita, de centro e de todos os posicionamentos éticos, ideológicos, políticos. Judeus são humanos, assim como todos os “goyim”.

CANHOTA JUDAICA

Judeus comunistas nunca foram novidade: Marx, Rosa de Luxemburgo, Trotsky, Zinoviev, Kamenev, Radek, Litvinov, Piatnitski, Kaganovich, Iezhov, Lozovski, e tantos outros, assombraram o mundo capitalista. No Brasil não foi diferente, com destaques para Leôncio Basbaum, Jacob Gorender, Maurício Grabois, Clara Sharf, Iara Iavelberg, Vladmir Herzog, Salomão Malina, só para citar alguns nomes, além de Olga Benário, judia alemã, que faz parte da história europeia e brasileira.

JUDEUS CAPITALISTAS

Taí uma lista do tamanho do bonde! Para resumir, sugiro a leitura da obra “Os Judeus, o Dinheiro e o Mundo” (apenas 648 páginas), de Jacques Attali, banqueiro modesto e intelectual exuberante, judeu francês de naturalidade argelina. Detalhe: na lista de Attali sobre grandes financistas na história, está Yitzchak ben Yehuda Abravanel (nascido em Lisboa, 1437, e morto em Veneza, 1508) – que entre seus descendentes figura um brasileiro, Senor Abravanel, que fez fortuna no ramo da comunicação, e confunde a cabeça alheia que não entende como “um camelô” teria virado milionário.

JUDEUS NAZISTAS?

Segundo o pesquisador americano Bryan Mark Rigg, em seu livro “Os Soldados Judeus de Hitler”, ao mesmo tempo em que milhões de hebreus eram exterminados em massa na Alemanha e nos países ocupados, existiu uma condição especial – o Deutschblütigkeitserklärung, certificado pessoalmente assinado pelo Führer, autorizando a aceitação de militares de origem judaica nas forças armadas nazistas. Rigg, em sua publicação de 524 páginas, apresenta farta documentação sobre pessoas de ascendência hebraica que chegaram a alcançar patentes superiores na Wehrmacht e até teriam ocupado cargos relevantes no Partido Nazista.

Chocou-se? Por hoje, fiquemos por aqui. Nos próximos dias abordaremos outros temas, mas voltaremos a essa pauta horrorosa, pois o terror sionista (nazi-sionista) não vai deixar de abater civis palestinos na Faixa de Gaza nem na Cisjordânia, até ocuparem 100% daqueles territórios que consideram o “espaço vital israelense”.