Sábado passado, fui ao supermercado Extra, aqui na parte alta da cidade, tentar complementar a despensa com alguns poucos produtos que faltavam. Depois de encerrada a feirinha caseira, dirigi-me ao carro, e enquanto colocava os produtos na mala vi duas senhoras em um enorme carro preto, tentando estacioná-lo numa vaga diminuta.

Na posição em que eu estava, tinha uma visão privilegiada do estacionamento e percebi a mais ou menos uns 30 metros daquela posição uma vasta quantidade de vagas, livres, uma após a outra, e que elas poderiam utilizar. No entanto, as duas seguiram no sufoco para encaixar o SUV no pequeno local. Por fim conseguiram, mas na hora de descer do carro as portas não abriram suficientemente para que elas pudessem sair do veículo. Ficaram presas no carro. Já passavam bem mais que 15 minutos da ilíada automotiva e levaram mais uns cinco minutos para sair da vaga e procurar outro local. Nesse momento eu já estava no meu carro, sentado e curioso pelo fim da peleja.

Felizmente elas conseguiram sair e estacionaram nas vagas bem mais amplas que estavam pertinho delas. Fiquei pensando: às vezes a vida é assim, acontece a mesma coisa conosco. Lutamos tanto por um objetivo, rogamos a Deus proteção para nossa caminhada, e cegos não enxergamos que aquele caminho não é a nossa “vaga de estacionamento”. Podemos até lutar e entrar, mas não poderemos descer. Pois muitas vezes ela não possui o nosso tamanho, e lá se foram os anos a desperdiçar energia emocional e física em algo que não possui nossas características.

Cegos pelo comprometimento com o passado não enxergamos, bem ao lado, a vaga confortável que Deus já providenciou para estacionarmos nossos futuros. Pois então, que Deus me dê o discernimento para saber o melhor local que Ele, com seu supremo amor, escolheu, para que eu estacione minha vida e desfrute junto com os meus de paz, fé, saúde e amor entre nós.