Mineração continua fazendo estragos impunemente em Alagoas
Mananciais entre Craíbas e Traipu estão infestados de metais pesados que causam doenças crônicas, encefalopatia, osteomalacia, anemia nos humanos.
O cenário desolador e criminoso dos bairros do Pinheiro, Bom Parto, Bebedouro, Mutange e Flexais, vítimas da Braskem, em Maceió, é a sinalização mais cruel de que a mineração nas Alagoas não pode mais ser tratada com benevolência ou tapinha nas costas de uns e outros.
As pesquisas de cientistas da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), sobre os estragos que a mineração está fazendo em mananciais dos municípios de Craíbas e Traipu, não podem ser desconsideradas ou relegadas por nenhum órgão fiscalizador.
As pesquisas falam que o Riacho Salgado, de Craíbas, que faz parte da sub-bacia do Rio Traipu, integrante da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, está infestado de metais pesados, bem acima dos limites toleráveis, incluindo alta infestação de alumínio nos mananciais do entorno da Mineradora Vale Verde.
E neste caso o dano à saúde pública é devastador. Isso porque altas prevalências de alumínio estão diretamente associadas a quadros de insuficiência renal crônica, encefalopatia, osteomalacia, anemia nos humanos.
Dizem os pesquisadores que o índice de contaminação por metais pesados é o maior em seis anos. Os estudos são recentes: 2021 e 2022.
Enfim, Alagoas não pode ser o paraíso do lucro de investidores e da morte para os nativos.
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