Cultura
Cartilha lista direitos da pessoa com espectro autista
“Nós temos plano de saúde e, mesmo assim, minha filha de dois anos de idade não tinha acesso aos tratamentos indicados pelo médico, pois o plano não tem clínica credenciada com as terapias e se negou a custear em clínica fora da rede. Estávamos bancando tudo por conta própria, os tratamentos são muito caros, fizemos empréstimos, sacamos o FGTS, não temos mais a quem recorrer”, afirma uma mãe de autista que não quis se identificar.
Essa é uma situação comum entre os atendimentos que a advogada Mariana Colatino faz diariamente aos pais e mães de crianças com autismo em seu escritório.
Práticas abusivas cometidas pelos planos de saúde, supressão ou limitações de acesso aos tratamentos, terapias e ao ensino, além de negativa de benefícios BPC/LOAS, que estão no topo do ranking das ações em que costuma atuar.
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) não é uma doença, no entanto, o próprio nome sugere que se trata de um transtorno, com vários subtipos e diferentes níveis, podendo comprometer a comunicação, a linguagem, a interação social, dentre outras características.
Embora não seja uma doença, no ano de 2012, com o surgimento da lei nº 12.764/12, o autismo passou a ser considerado como uma deficiência para todos os efeitos legais, para que assim, essas pessoas pudessem ter acesso a diversos direitos, mas na prática o que se vê é outra realidade.
“Estima-se que existam 70 milhões de pessoas no mundo com autismo, sendo 2 milhões delas somente no Brasil. Apesar de essa condição ser mais comum do que se imagina, os serviços públicos e particulares ainda não estão preparados para atender as necessidades das crianças com autismo”, afirma a advogada Mariana.
Pensando em transformar um pouco dessa realidade e conscientizar cada vez mais pessoas, a advogada compilou em uma cartilha digital todos os direitos garantidos por lei para autistas e seus responsáveis, oferecendo orientações sobre o que fazer em caso de negativa desses direitos.
“Já é enorme o número de pais que recebo com esclarecimento e que, mesmo assim, têm seus direitos suprimidos, e tem uma quantidade muito maior de gente que sequer sabe os direitos que possuem. Têm pais que podem solicitar redução de jornada de trabalho para acompanhar seus filhos, por exemplo. É muito importante que mais pessoas tenham acesso à informação e não se deixem omitir diante de abusos, fazendo ser cumprida a lei à risca”, completa Mariana.
Para acessar à cartilha digital gratuitamente basta acessar o site https://materiais.marianacolat... o Instagram da advogada: @marianacolatino.
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