Cultura
Galeria Cesmac de Arte recebe nova exposição de Pedro Caetano
Segundo o artista o intuito é procurar pintar memórias afetivas paradoxalmente através da adição e ausência da matéria pictórica
Nesta quinta-feira (20), a partir das 19h, a Galeria Cesmac de Arte Fernando Lopes abre as portas para a mostra “Reminiscências” do artista visual Pedro Caetano, egresso do curso de Arquitetura e Urbanismo da Instituição. O trabalho conta com telas produzidas entre 2013 e 2021, e tem como objetivo ainda marcar os dez anos da primeira exposição individual. As obras flertam com questões de memórias, transitoriedade e vivências afetivas. “Desdobramentos dos desenhos de observação de paisagens, figuras e pessoas do convívio dão vida às pinturas que faço”, revela o artista.
A palavra reminiscência remete à etimologia latina e pode ser traduzida como “imagem lembrada do passado; o que se conserva na memória, sinal ou fragmento que resta de algo”. A mostra contém 20 telas reunidas através de uma unidade visual, representada através uma aparência mais intimista. Segundo Pedro, o intuito é procurar pintar memórias afetivas paradoxalmente através da adição e ausência da matéria pictórica. “É uma pintura feita de maneira cortante devido às ranhuras que vou fazendo na tela com a espátula, ou cabo do pincel”, diz ele. “Também busco dialogar com as questões do desenho através das linhas. Mas sempre tomando cuidado para não distrair ou seduzir o olhar para as cores, ou o que não seja essencial”.
A curadoria da exposição fica por conta de Caroline Gusmão. “Na obra de Pedro, a memória afetiva se faz presente pela fricção entre a adição e a subtração das formas, pela expansão e contração das cores”. Para o artista, este trabalho é recheado de simbolismo, tanto por celebrar sua primeira década de trajetória em exposições, quanto por ser realizado na Galeria de Arte do Cesmac, onde ele se formou em Arquitetura. A primeira exposição individual do artista Pedro, “Na janela do olhar”, também com curadoria de Caroline Gusmão, aconteceu em 2012 na Fundação Pierre Chalita.
“Os temas elegidos pelo olhar-memória de Pedro surgem à vista através de camadas e camadas de tinta densa sobrepostas, técnica conhecida como empasto”, analisa Caroline. “O observador é convidado a percorrer visualmente a intimidade da pele das imagens, estando estas ocultas pelo volume da tinta ou delineadas através das ranhuras que não raramente deixam entrever as cores anteriormente utilizadas e dormentes sob a superfície final”. Suas obras são feitas em tinta acrílica sobre tela, geralmente em grandes dimensões. “Essa técnica de criar um baixo relevo nas telas através das ranhuras e raspagens que eu vou fazendo acaba por se transformar numa maneira de criar um desenho dentro da pintura”, afirma ele.
Ainda para a curadora, Pedro tem o mérito de somar à visualidade artística, robustez e significância criativas junto à seriedade da pesquisa envolvida em seu processo de maturação conceitual e produção visual. O reitor da instituição, Douglas Apratto, comentou sobre o que a exposição representa para o Cesmac. “A retomada das nossas atividades após dois anos de fechamento imposto pelo Coranavírus é realmente muito importante. Com certeza é uma grande oportunidade de reabrir nossa galeria e de levar para o público alagoano uma exposição de muito valor artístico”, analisa Douglas.
“Assim como estão para o presente as memórias do passado, na obra de Pedro Caetano o visto, o não visto e o imaginado se apresentam simultaneamente”, revela Caroline Gusmão. “Ao celebrar estes 10 anos de pintura em exposições, a história da arte alagoana agradece e brinda ao sucesso e à continuidade de sua carreira artística”, conclui.
Sobre o Artista
Cearense radicado em Alagoas desde pequeno, Pedro Caetano iniciou o processo de expressão artística através da música, em seguida surgiu o interesse pela arquitetura e depois partiu para a pintura. Além de “Na janela do olhar” em 2012, Pedro ocupou, dois anos depois, o restaurante Divina Gula com o trabalho intitulado “Exposição Divina”. Seu terceiro trabalho foi “Ranhuras” em 2015, no qual conseguiu expor em Maceió e Fortaleza. Já em 2020, no meio da pandemia, estreou a mostra “Diálogos urbanos” na qual as obras foram espalhadas em outdoors pela cidade e um tour em 360º on-line das telas.
REMINISCÊNCIAS de Pedro Caetano
Abertura da exposição: 20 de outubro às 19 horas
Galeria Cesmac de Arte Fernando Lopes. Endereço: R. Cônego Machado – Farol, S/N, Maceió.
Horário de Visitação: de segunda à sexta-feira de 08h às 11h | 14h às 17h
Mais Informações: (82) 3215.5094 / [email protected]
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