Montemor-o-Novo, Évora, 13 de maio de 2024 (Lusa) – Em entrevista exclusiva à agência Lusa em seu novo ateliê no Alentejo, o renomado artista chinês Ai Weiwei não poupou críticas ao Ocidente, argumentando que este "já não defende os direitos humanos" como alardeia, apontando para as guerras na Ucrânia e no Oriente Médio como exemplos dessa hipocrisia.

"O Ocidente já não defende os direitos humanos, a dignidade humana, a liberdade de expressão, como pensa que defende, ou assim o propagandeia, o que não é verdade", declarou Weiwei, conhecido por sua arte provocativa e ativismo político.

O artista, que atualmente reside em Montemor-o-Novo, criticou o envolvimento ocidental nas guerras em curso, destacando o lucro econômico desses conflitos. "E nem sequer querem parar a guerra", lamentou.

Sobre o futuro das relações entre o Ocidente e a China, Weiwei prevê um "confronto contínuo", mas acredita que o desenvolvimento chinês seguirá seu curso inevitavelmente.

A respeito da política nacional portuguesa, o artista preferiu manter-se à margem, focando-se em suas obras e em sua visão da igualdade e dos direitos humanos.

Em um ambiente construído com elementos tradicionais portugueses e europeus, Weiwei reiterou seu compromisso com os direitos humanos e sua crença na igualdade fundamental de todas as vidas.

Mesmo isolado no tranquilo Alentejo, o artista enfatizou que sua voz pode ecoar globalmente, graças à tecnologia moderna.