O presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Marcio Pochmann, defendeu nesta quarta-feira (29) a criação do Sistema Nacional de Geociências, Estatísticas e Dados (Singed). A proposta visa centralizar dados produzidos por diversos órgãos governamentais, sob a coordenação do IBGE, retomando uma prática vigente até 1964.

Pochmann enfatizou a necessidade de mudanças na legislação brasileira, a serem realizadas pelo Congresso Nacional, para viabilizar o Singed. “Cada instituição tem seu banco de dados, seu dado administrativo, e a gestão desse processamento implica custos. Esse sistema permitiria reduzir custos”, afirmou.

Centralização de Dados

O Singed poderia centralizar informações de sistemas como o Cadastro Único (CadÚnico), Datasus e Dataprev. Além disso, dados gerados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais (Inep) também seriam integrados. Esta centralização pretende otimizar a gestão de dados e reduzir custos operacionais.

Novas Pesquisas e Inteligência Artificial

Pochmann anunciou que o IBGE pretende retomar e criar novas pesquisas nos próximos anos, incluindo um estudo sobre a informalidade no mercado de trabalho urbano e o Produto Interno Bruto (PIB) da Amazônia Azul. Além disso, o IBGE planeja integrar inteligência artificial (IA) em suas interfaces públicas, facilitando o acesso às informações. Em parceria com universidades, o instituto lançará uma chamada pública para selecionar o melhor projeto de IA.

Apoio ao Rio Grande do Sul

O IBGE também formou uma força-tarefa para auxiliar nos levantamentos de danos e de pessoas afetadas no Rio Grande do Sul. Utilizando endereços e dados do Censo 2022, o instituto está ajudando municípios como Lajeado e Porto Alegre a planejar suas ações de recuperação. “Já recebemos demandas de alguns municípios e do próprio governo do estado. Nós disponibilizamos dados para que eles pudessem trabalhar em torno disso”, explicou Pochmann.

Casa Brasil IBGE

Em comemoração aos seus 88 anos, o IBGE lançou o projeto Casa Brasil IBGE, que visa preservar e disseminar a memória da instituição. O espaço, localizado no Palácio da Fazenda no Rio de Janeiro, oferecerá exposições presenciais e virtuais sobre a história do instituto e suas pesquisas. O projeto prevê a criação de unidades do Casa Brasil em cada estado.

As exibições apresentarão a interação do IBGE com o Estado brasileiro, empresas, universidades e cidadãos, além de suas conexões internacionais. Entre os itens expostos estarão o formulário do primeiro censo realizado no país, em 1870, e equipamentos históricos de produção de mapas. As visitas ao espaço serão de segunda a sexta-feira, das 9h às 16h, com agendamento prévio para escolas.