Economia
Maria da Conceição Tavares: uma vida dedicada ao pensamento econômico e à justiça social
Economista renomada deixa legado na academia, na política e na luta por um Brasil mais justo.
Aos 94 anos, Maria da Conceição Tavares, referência do pensamento econômico desenvolvimentista, faleceu neste sábado em Nova Friburgo, onde residia. Sua trajetória, marcada pela defesa de uma sociedade mais equitativa, deixou um impacto profundo na economia brasileira e na formação de diversas gerações de economistas.
Nascida em Portugal, em 1930, migrara para o Brasil em meio à ditadura salazarista, estabelecendo-se no Rio de Janeiro. Naturalizou-se brasileira em 1957 e construiu uma carreira notável como economista, influenciada por nomes como Celso Furtado, Caio Prado Jr. e Ignácio Rangel.
A notícia do seu falecimento trouxe pesar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que destacou: “Tive o prazer e a honra de conviver e conversar muito com minha amiga ao longo dos anos, debatendo o Brasil e os nossos desafios sociais e econômicos”. Lula enfatizou os sentimentos aos familiares, amigos, alunos e admiradores de Maria da Conceição.
Sua contribuição acadêmica abrangeu desde a participação na elaboração do plano de metas do governo Juscelino Kubitschek até os estudos sobre substituição das importações, além de sua atuação na Comissão Econômica para América Latina (Cepal). Seus escritos, incluindo o clássico “Auge e Declínio do Processo de Substituição de Importações no Brasil”, publicado em 1972, são referências essenciais nos estudos econômicos.
Além da academia, Maria da Conceição Tavares teve impacto na política, tendo sido conselheira econômica do PMDB e posteriormente eleita deputada federal pelo PT. Sua atuação também se estendeu ao BNDES, onde foi homenageada neste ano pelo presidente do banco, Aloizio Mercadante, que ressaltou sua importância na luta pela democracia e pelo desenvolvimento nacional.
Nos últimos anos, sua influência cresceu entre os jovens, especialmente nas redes sociais, onde compartilhou discursos enérgicos sobre o processo de industrialização e críticas à política econômica do regime militar, que resultaram em sua breve detenção em 1974.
Maria da Conceição Tavares deixa um legado marcado pela coragem, pelo compromisso com a justiça social e pela incansável busca por um Brasil mais igualitário e desenvolvido. Sua voz continuará ecoando nas mentes e corações daqueles que lutam por um futuro melhor para o país.
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