O envolvimento crescente de jovens na cadeia produtiva dos cafés especiais está se revelando uma força transformadora para o setor, trazendo inovação e novas perspectivas. Uma pesquisa recente do Sebrae, que abrange desde produtores rurais até proprietários de cafeterias, revela que indivíduos com até 35 anos estão se destacando por seu alto nível de escolaridade e por características diferenciadas que prometem renovar as práticas tradicionais do setor.

A pesquisa indica que quase 60% dos empreendedores em toda a cadeia produtiva do café têm pelo menos o ensino superior completo. Entre os jovens de até 35 anos, essa porcentagem é ainda maior. Aproximadamente 63% dos produtores e torrefadores nesta faixa etária possuem, no mínimo, um diploma universitário. Essa proporção é ainda mais expressiva entre os donos de cafeterias, onde 78% têm ensino superior completo.

Carmem Sousa, analista de Competitividade do Sebrae, vê esse movimento como estratégico para o futuro da indústria. “Investir nos jovens desse segmento é estratégico para renovar a maneira como o setor produtivo se comporta, trazendo benefícios não apenas para os grupos individualmente, mas para toda a cadeia produtiva”, afirma Sousa.

Ela acrescenta que os jovens, especialmente as mulheres, estão na vanguarda desta transformação. "Se olharmos especificamente para os produtores na faixa etária até 35 anos, por exemplo, podemos perceber que eles apresentam uma equidade na representação de gênero que deveria ser transposta para o restante da cadeia de empreendedores", observa Carmem Sousa.

A pesquisa do Sebrae sublinha ainda que a participação ativa de jovens e mulheres não só diversifica o setor, mas também o torna mais resiliente e preparado para os desafios futuros. Sousa enfatiza a importância de celebrar essas histórias de sucesso para inspirar e atrair mais pessoas desses grupos para o setor. “Ao fazer isso, o segmento não só se torna mais inclusivo e diversificado, mas também mais adaptável e preparado para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades do futuro.”

A incorporação de jovens com alta qualificação educacional está trazendo uma nova dinâmica à indústria do café especial, refletindo um avanço significativo em direção a práticas mais modernas e eficientes. Este rejuvenescimento da força de trabalho é visto como uma chave para manter a competitividade e a relevância do setor no mercado global.

Educação e inovação

Os dados da pesquisa do Sebrae destacam a tendência crescente de jovens altamente escolarizados se aventurarem no setor dos cafés especiais. Essa nova geração de empreendedores está não apenas assumindo papéis tradicionais, mas também impulsionando a adoção de novas tecnologias e práticas sustentáveis.

Com a evolução da indústria do café especial, a inclusão de jovens líderes com formação superior se torna cada vez mais crucial para sustentar o crescimento e a inovação no setor. A combinação de educação e espírito empreendedor entre esses jovens está moldando um futuro promissor para a cadeia produtiva do café especial em Alagoas e além.