O Banco do Nordeste (BNB) ampliou as possibilidades de utilização do crédito destinado ao setor de franchising. A taxa de franquia, que é o valor pago pelo franqueado na contratação do negócio, e a aquisição de unidades em funcionamento, já podem ser financiadas com recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), administrado pelo BNB. Em Alagoas, de acordo com dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF), o faturamento do setor, no ano passado, somou cerca de R$ 2 bilhões.

Segundo o Superintendente Estadual do BNB em Alagoas, Sidinei Reis, o BNB apoia o segmento e este ano fortalece ainda mais a parceria com o setor. “Por meio do Programa FNE Franquias, disponibilizamos soluções de negócios para franqueadores e franqueados, com condições especiais de crédito. Financiamos desde a implantação, expansão, modernização, relocalização e ampliação de empreendimentos do setor, a taxa de filiação, a aquisição de lojas que já estão funcionando, bem como o estoque inicial para a loja franqueada, entre outras destinações do crédito. É um segmento com grande potencial de crescimento e importante na geração de emprego e renda para a economia da região”, ressalta.

No caso das micro e pequenas empresas, o gestor destaca que é possível financiar ainda serviços específicos de consultoria e orientação empresarial, incluindo a contratação de profissionais permanentes, programas de treinamento, desenvolvimento gerencial e capacitação tecnológica.

Alimentação

Ainda segundo a ABF, as franquias instaladas em Alagoas que contam com maior participação no faturamento total do setor, são dos ramos de Saúde, Beleza e Bem Estar (29,2%), e de Alimentação (22,5%). Integrante deste último, o empresário Rafael Ceschi Garcia, responsável pela franquia da gelato Borelli, em Maceió, é exemplo de empresário que contou com o apoio do BNB para expandir o negócio na capital alagoana.

Natural de São Carlos (SP), Rafael conta que sempre quis montar um empreendimento de alimentação. Foi no período da pandemia que resolveu se tornar um franqueado da Borelli e trazer a marca para o Nordeste, escolhendo Maceió, que já conhecia e considerava com bastante potencial para o segmento. A unidade alagoana foi a primeira da Região. Com sucesso de vendas, houve a necessidade de expansão, com abertura de mais duas lojas na cidade. “O primeiro crédito foi muito importante; chegou em uma boa hora para a gente, uma hora em que estávamos expandindo para o shopping. Então nós precisávamos ampliar nossa estrutura produtiva para atender a nova loja”, relata.

Posteriormente, outro financiamento viabilizou a unidade da parte alta da capital alagoana, inaugurada recentemente. O negócio, ao todo, já gerou 55 empregos diretos. “Desde o início a gente via um potencial de seis lojas para Maceió. Estamos correndo atrás desse objetivo”, afirma o empresário.

Parceria

Sobre o apoio do banco, ele ressalta: “o segmento de franquias hoje é o que mais cresce no Brasil; acho que o apoio do banco é fundamental para incrementar esse pool de negócios que estamos tendo; tem muita gente com vontade de empreender e quando você compra uma franquia, você compra um negócio já validado, mas às vezes o que falta é esse capital inicial, que o Banco do Nordeste pode suprir”.

Rafael destaca ainda a importância da parceria entre BNB e o setor de franchising, que pode impulsionar e diversificar o mercado do Nordeste. “O Banco do Nordeste é fundamental para ajudar mais franquias a virem para a região, que vão trazer produtos diferenciados, produtos novos, não só na área de alimentação, mas em outras áreas, como segmento de tecnologia, segmento de logística, tem muita coisa acontecendo no setor”, comemora.

Para o futuro, o empresário revela que pretende continuar com a abertura de novas unidades, ampliar a participação no segmento de eventos, e implementar sistema de energia solar para baratear os custos com energia na atividade. “Outra coisa que acho importante no Banco do Nordeste é o fomento para energias renováveis, acho super válido, ainda não conseguimos implementar aqui, mas estamos em estudo para ver como implementar, para conseguir montar uma usina e o banco terá um papel fundamental nisso”, atesta.