Economia

Decisão

Banco Central liquida Banco Master e coloca instituição em administração especial por 120 dias

Decisão ocorre após deterioração financeira e infrações regulatórias; fundador Daniel Vorcaro é preso em operação da PF

Por Redação com G1 18/11/2025 10h10
Banco Central liquida Banco Master e coloca instituição em administração especial por 120 dias

O Banco Central (BC) determinou, nesta terça-feira (18), a liquidação extrajudicial do Banco Master e a instauração de um regime de administração especial temporária, com duração inicial de 120 dias. A medida interrompe automaticamente qualquer negociação de compra do conglomerado, inclusive a proposta apresentada pela Fictor Holding na segunda-feira (17).

A EFB Regimes Especiais de Empresas foi designada para conduzir a administração especial. O ofício assinado pelo presidente do BC, Gabriel Galípolo, aponta como motivos para a liquidação o comprometimento da situação econômico-financeira da instituição, a perda de liquidez e o descumprimento de normas do sistema bancário e determinações do órgão regulador.

O Banco Master já enfrentava risco de insolvência em razão do alto custo de captação e de investimentos considerados arriscados. A instituição vinha ofertando CDBs com rentabilidade muito acima da média do mercado e mantinha aplicações relevantes em precatórios e empresas em dificuldades financeiras. Tentativas de venda, como a operação com o BRB form cercadas por controvérsias, pressões políticas e questionamentos sobre transparência.

Prisão de Daniel Vorcaro

No mesmo dia da decisão, a Polícia Federal prendeu Daniel Vorcaro, controlador do Banco Master, durante a operação Compliance Zero, deflagrada em Guarulhos (SP). A ação cumpre mandados de prisão e de busca e apreensão em cinco estados e no Distrito Federal.

A investigação apura a emissão de títulos de crédito falsos por instituições financeiras, além da criação de carteiras de crédito inexistentes. Segundo a PF, parte desses ativos teria sido vendida a outro banco e posteriormente substituída, sem avaliação técnica adequada, após fiscalização do Banco Central.

Os crimes investigados incluem gestão fraudulenta, gestão temerária e organização criminosa. Vorcaro foi levado para a Superintendência da PF em São Paulo. A defesa dele não se manifestou até a publicação desta matéria.

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