Nesta terça-feira, a CPI da Braskem promete revelações cruciais, marcando uma reunião que colocará em destaque as vozes de três depoentes. Entre eles está o engenheiro civil Abel Galindo Marques, professor aposentado da Universidade Federal de Alagoas, cujos alertas iniciais sobre o risco de desabamento de minas escavadas pela Braskem em Maceió serão escutados.

O ativista José Geraldo Marques, doutor em ecologia e uma das vítimas da evacuação nos bairros afetados, também prestará depoimento, revelando as pressões e ameaças enfrentadas por se opor à instalação da empresa Salgema, ligada à Braskem. Ele, junto com Abel Galindo, é coautor do livro "Rasgando a Cortina de Silêncios: o lado B da exploração de sal-gema em Maceió".

A engenheira Natallya de Almeida Levino, coordenadora de pesquisa sobre os impactos da subsidência em Maceió, fechará o painel de depoentes na terça-feira.

Revelações e Responsabilidades

Na quarta-feira, a CPI continua suas investigações, ouvindo o diretor-geral da Agência Nacional de Mineração (ANM), Mauro Henrique Moreira Sousa, e o geólogo aposentado Thales Sampaio. Rodrigo Cunha, senador pelo Podemos, destaca a importância dos depoimentos para responsabilizar a Braskem.

— Thales Sampaio foi determinante para responsabilizar a empresa. Ele fez um laudo técnico, morou em Maceió, reuniu tecnologia global e colocou no papel o que estava acontecendo. Começando com ele, faremos esse resgate histórico, colocando todos na mesma página — afirma Cunha.

A CPI, presidida pelo senador Omar Aziz, investiga os impactos jurídicos e socioambientais da Braskem no afundamento do solo em Maceió. Com prazo até 22 de maio e orçamento de R$ 120 mil, a comissão reúne especialistas e autoridades para esclarecer os eventos que assolam a capital alagoana.