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Cyberbullying

A ameaça digital que preocupa Pais e Educadores

Crescente uso da internet aumenta casos de agressão virtual entre jovens, dizem especialistas.

Por Redação com Assessoria 21/05/2024 14h02
A ameaça digital que preocupa Pais e Educadores
Foto: Cortesia

Cometido por meio de canais virtuais, o cyberbullying é um crime que tem preocupado cada vez mais pais e educadores. Atraído pelo mundo digital, o público infantojuvenil está constantemente em contato com desafios perigosos, como pedofilia e fake news, e, ao agir por impulso, torna-se mais vulnerável a essas armadilhas.

Natalie Schonwald, psicóloga, autora, pedagoga e palestrante de inclusão e diversidade, explica que o período de confinamento causado pela Covid-19 alterou a forma como os adolescentes interagem, o que pode ser uma explicação para o aumento das agressões. “A internet foi o meio de comunicação mais utilizado durante a pandemia. Com o fácil acesso às tecnologias e, principalmente, às redes sociais, as crianças estão mais suscetíveis à influência das informações sem analisar sua veracidade ou as consequências ao repassar essas mensagens. Assim, o bullying por meio da internet ganhou um alcance muito maior que no ambiente físico. Por isso, lutar contra esse assédio é de fundamental importância e urgente para preservar a integridade das crianças”, afirma Natalie.

De acordo com o último relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) Europa, uma em cada seis crianças em idade escolar sofre cyberbullying. Embora as tendências gerais do bullying escolar tenham permanecido estáveis desde 2018, o cyberbullying aumentou, impulsionado pela crescente digitalização das interações dos jovens.

No Brasil, para reforçar que qualquer prática agressiva de intimidações e perseguições no ambiente virtual tenha sérias consequências, foi sancionada em janeiro deste ano a Lei 14.811/2024, que prevê pena de reclusão de quatro anos e multa para os praticantes dos crimes de bullying e cyberbullying. Contudo, Natalie pontua: “A lei é importante, é um passo para o fim do cyberbullying, mas, assim como outros tipos de intimidação e perseguição, depende de uma transformação social para que uma mudança aconteça de fato. Pode ser um processo demorado, mas possível”.

Preocupações e Riscos


Muitos homens se passam por adolescentes para realizar a prática da pedofilia, convencendo a vítima a ir ao seu encontro. Natalie destaca que as crianças, especialmente as meninas, precisam estar sempre orientadas sobre os riscos existentes por trás das telas para evitar constrangimentos. “Os pais ou responsáveis têm que estar sempre atentos aos conteúdos que estão sendo acessados por seus filhos, e um dos motivos relevantes é que estes acessos estão ocorrendo com maior frequência e mais cedo. Normalmente, as meninas confiam mais nos homens, sem pensar muito nas consequências, e supostamente não acreditam que serão traídas pelo agressor, que muitas vezes pede para filmar uma relação, por exemplo, e jura que não passará para frente, mas acaba espalhando esse vídeo, principalmente para as pessoas da escola”, explica a especialista.

Consequências Graves


Depressão, isolamento, crises de ansiedade, síndrome do pânico e suicídios são alguns dos desfechos trágicos das vítimas do cyberbullying apontados por Natalie, que acredita que esses problemas podem ser evitados. “É preciso garantir que o público infantojuvenil tenha sua privacidade respeitada, online e em outros ambientes, mas que os pais e responsáveis estejam sempre atentos”, conclui Natalie.

O aumento do cyberbullying é um alerta para que pais, educadores e a sociedade em geral tomem medidas preventivas e de conscientização, visando proteger as crianças e adolescentes dos perigos do mundo virtual.

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