Geral

Crise Yanomami

Repúdio faz Lira alterar comissão da Câmara

Entidades indígenas repudiam composição da comissão e cobram ações do governo e do Judiciário.

Por Redação com Agência Brasil 23/05/2024 16h04
Repúdio faz Lira alterar comissão da Câmara
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

A criação de uma comissão externa na Câmara dos Deputados para investigar a crise humanitária na Terra Yanomami gerou grande controvérsia. Na segunda-feira (20), entidades que representam os povos Yanomami e Ye'kwana divulgaram uma nota de repúdio à composição da comissão, alegando que os deputados inicialmente designados são contra a demarcação de terras indígenas e defendem pautas que atacam seus direitos.

Mobilização leva à inclusão de Célia Xacriabá


Diante da mobilização, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), decidiu, nesta quarta-feira (22), incluir a deputada Célia Xacriabá (PSOL) como membro da comissão. Com a nova nomeação, serão 16 integrantes no total.

"Fui a primeira parlamentar a visitar o território em 2023 para acompanhar a gravíssima crise, causada pelo aumento de 54% do garimpo ilegal e pelo genocídio incentivado pelo governo [Jair] Bolsonaro. Seria, no mínimo, ilógico que eu não fizesse parte da comissão", manifestou Célia Xacriabá nas redes sociais.

Entidades criticam composição inicial


A nota de repúdio das entidades indígenas critica a composição inicial da comissão, que não incluía nenhum representante indígena que se posicionasse contra o Marco Temporal. Segundo as entidades, todos os 15 parlamentares designados inicialmente votaram a favor da tese, que limita a demarcação de terras indígenas àquelas ocupadas na data da promulgação da Constituição de 1988.

Crise humanitária na Terra Yanomami


A Terra Yanomami, localizada nos estados de Roraima e Amazonas, é a maior reserva indígena do Brasil. No entanto, a região enfrenta uma grave crise humanitária, com altos índices de desnutrição, doenças e mortes, principalmente entre crianças. O garimpo ilegal, apontado como a principal causa da crise, continua ocorrendo no território, mesmo após ações do governo federal.

Demanda por ações efetivas


As entidades signatárias da nota exigem ações efetivas do governo e do Judiciário para solucionar a crise na Terra Yanomami. Entre as medidas cobradas estão:

Declaração da inconstitucionalidade da Lei Federal 14.701/2023, que incorpora o Marco Temporal à legislação brasileira;
Intensificação do combate ao garimpo ilegal na região;
Fortalecimento do atendimento de saúde aos povos Yanomami e Ye'kwana;
Respeito aos territórios indígenas por parte do Poder Legislativo;
Cessar a ofensiva contra os direitos dos povos indígenas no Congresso Nacional.
Próximos passos

A comissão externa da Câmara dos Deputados terá sua primeira reunião no dia 5 de julho, quando deverá aprovar o plano de trabalho. A expectativa é que a comissão investigue as causas da crise humanitária na Terra Yanomami e apresente soluções para o problema.

Situação atual


Em janeiro de 2023, a repercussão da crise humanitária na Terra Yanomami provocou uma comoção nacional. O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou uma série de ações para solucionar a crise, incluindo o combate ao garimpo ilegal e a intensificação do atendimento de saúde à população indígena. No entanto, os problemas persistem e as entidades indígenas exigem medidas mais contundentes para garantir os direitos dos povos Yanomami e Ye'kwana.

Informações adicionais:


Terra Yanomami: Mais de 9 milhões de hectares, abrangendo os estados de Roraima e Amazonas.
População: Mais de 27 mil indígenas, segundo dados do Censo 2022.
Crise humanitária: Altos índices de desnutrição, doenças e mortes, principalmente entre crianças.
Causas: Garimpo ilegal, omissão do Estado.
Ações do governo: Combate ao garimpo ilegal, intensificação do atendimento de saúde.
Demanda das entidades indígenas: Declaração da inconstitucionalidade do Marco Temporal, combate ao garimpo ilegal, fortalecimento do atendimento de saúde, respeito aos territórios indígenas, fim da ofensiva contra os direitos indígenas no Congresso Nacional.

WhatsApp

Receba notícias do Em Tempo Notícias no seu WhatsApp e fique por dentro de tudo! Basta acessar a nossa comunidade:

https://chat.whatsapp.com/K8GQKWpW3KDKK8i88Mtzsu