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Apagão Cibernético Global Expõe Riscos do Armazenamento em Nuvem
Falha em sensor de segurança afeta empresas e serviços em diversos países, revela especialista.
O recente apagão cibernético global, que afetou sistemas operacionais de empresas e serviços em vários países, incluindo companhias aéreas, bancos, hospitais e canais de mídia, destaca os riscos associados ao armazenamento de dados na nuvem. Essa é a opinião do professor e pesquisador Sergio Amadeu, da Universidade Federal do ABC Paulista (UFABC), sociólogo, doutor em ciência política e especialista em redes digitais.
A pane foi causada por uma falha na atualização de conteúdo do sensor de segurança CrowdStrike Falcon, utilizado por empresas como a Microsoft para detectar possíveis invasões de hackers. O problema gerou caos em aeroportos da América do Norte e Europa. No Brasil, falhas ocorreram em aplicativos bancários e sistemas hospitalares, mas em menor escala.
"Os sistemas tecnológicos têm falhas, isso é inegável. Mas o que chama mais atenção neste caso é que a falha ocorreu no serviço de nuvem da Microsoft, principalmente para quem usa soluções e sistemas hospedados em datacenters e acessa dados remotamente. Os sistemas de nuvem são ágeis e muitas vezes mais baratos, mas trazem esse problema e isso nos alerta para possíveis problemas mais graves no futuro", avaliou Amadeu, em entrevista ao telejornal Repórter Brasil, da TV Brasil.
Riscos da Concentração de Dados
O armazenamento em nuvem permite o acesso a dados e arquivos pela internet através de um provedor que gerencia e mantém servidores em datacenters. Sergio Amadeu ressalta que esses serviços estão atualmente concentrados nas mãos de poucas grandes empresas, o que sublinha a necessidade de proteger sistemas sensíveis do país.
"Uma falha em algumas máquinas dentro do provedor de nuvem da Microsoft, nos Estados Unidos, concentrou tantos dados e sistemas de várias empresas no mundo que gerou um problema econômico global, tanto que estamos chamando de apagão. A concentração de dados e de poder econômico que esses oligopólios digitais adquiriram é muito grande. O Brasil precisa pensar isso com muito cuidado, especialmente para sistemas sensíveis importantes, seja para governos, sistemas financeiros ou instituições educacionais, e avaliar se é vantajoso ter esses dados e sistemas hospedados remotamente", observou.
Soberania Digital
Amadeu destaca que esse problema poderia ocorrer com servidores que hospedam dados dentro da própria empresa ou país, mas o apagão cibernético mostra os riscos do acesso remoto a sistemas e dados e a necessidade de discutir a soberania digital.
"Imagine um hospital que tem toda sua base de dados hospedada num provedor de nuvem, muitas vezes com dados fora do Brasil. Isso traz um problema de soberania digital para nós", ressaltou o pesquisador.
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