Na noite desta quinta-feira (3), o carro de uma candidata a vereadora do Rio de Janeiro foi atingido por vários disparos. Graças ao veículo blindado, a candidata conseguiu escapar ilesa do atentado. Em São Paulo, outra candidata à Câmara Municipal teve seu carro alvejado por 11 tiros, mas, por sorte, não estava no local no momento. Ela passou mal ao saber do ataque e precisou ser hospitalizada.

Já em Sumaré, no interior paulista, dois homens atiraram contra o coordenador da campanha de um candidato a prefeito. Esses incidentes ilustram o aumento da violência política nas eleições de 2024, que já ultrapassa em mais de 130% os casos registrados em 2020, segundo a pesquisa "Violência Política e Eleitoral no Brasil", divulgada pela Terra de Direitos e Justiça Global.

“O acirramento da violência política em anos eleitorais é uma tendência observada desde a primeira edição da pesquisa", afirmou Gisele Barbieri, coordenadora da Terra de Direitos. Ela destacou ainda que "a violência afeta partidos de diferentes espectros políticos e tem um impacto desproporcional sobre as mulheres".

De janeiro de 2016 a agosto de 2024, foram contabilizados 1.168 casos de violência política no Brasil, o que interfere diretamente no processo democrático, segundo o relatório. Com a chegada do primeiro turno das eleições, no próximo domingo (6), espera-se que os números continuem a crescer, agravando o cenário de insegurança eleitoral no país.