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Na volta do carnaval, Grande Rio leva Estandarte de Ouro de melhor escola do Grupo Especial
A Grande Rio foi eleita a melhor escola do Grupo Especial, pelo júri do Estandarte de Ouro, prêmio O GLOBO/Extra aos melhores do carnaval, deste ano. A escola também ganhou melhor bateria e a categoria Fernando Pamplona, ao levar para a Avenida a história de Exu. Na última edição do prêmio, em 2020, a agremiação de Duque de Caxias foi vitoriosa em cinco categorias.
A vitória veio não só no ano que marca a volta do carnaval após mais de um ano de Avenida vazia dada a pandemia de Covid-19. Em 2022 o Estandarte de Ouro, prêmio dos jornais O GLOBO e Extra, completa a marca histórica de 50 edições.
"A Grande Rio foi a única que começou a apresentação da escola com bateria. O comando foi da bateria", resumiu Luis Filipe de Lima, violonista, arranjador, produtor musical e pesquisador, que integra o júri.
A terceira categoria a ser escolhida foi a ala de passistas, que ficou com o Salgueiro.
"Teve interação com o público. Havia um sentido de coletividade e espontaneidade", salientou Juliana Barbosa sobre a escolha da vermelha e branca do Andaraí.
Reconstrução
O terceiro prêmio para a Grande Rio foi na categoria Fernando Pamplona, criada na última edição, que remete ao carnavalesco pioneiro na criatividade de adaptar materiais baratos para fazer fantasias e alegorias de grande efeito. A alegoria responsável pelo título foi do último carro, a “Fala, Majeté”.
A escultura sintetiza a ideia de que Exu é um articulador, mediador de mundos. O carro foi totalmente composto por lixo de antigos carnavais — como pedaços de esculturas de outras esculturas, sobras de tecidos e é até oriundo da "destruição" do abre-alas de 2020, usado por estudantes da Escola de Belas Artes da UFRJ. Ainda foi recolhido material pela Associação de Catadores do Jardim Gramacho. Bruno Chateaubriand defendeu a escolha:
"Alunos da Escola de Belas Artes reaproveitaram o material de outros carnavais. Eles foram aos barracões, inclusive de agremiações da Intendente Magalhães."
A ideia da categoria, segundo o jornalista Marcelo Mello, é pensar nos conceitos de sustentabilidade.
"É agregar material reaproveitável. Reciclar. Pensar em sustentabilidade, ajudar o planeta" diz o jornalista.
A Mocidade cantou sobre o orixá das matas e da caça, no enredo dedicado a Oxóssi. O samba-enredo, resultado de uma parceria liderada por Carlinhos Brown, deu o título a escola no estandarte. O ator, produtor e escritor Haroldo Costa falou da importância de levar o tema para o carnaval:
"Estamos vivendo um momento político raro. Percebemos o candomblé, a umbanda, a quimbanda. Devolvemos à África tudo que nós recebemos. A qualidade dos sambas-enredo foi de uma riqueza muito grande."
O júri especializado ganhou duas novas integrantes: Juliana Barbosa e Angélica Ferrarez, mulheres negras acadêmicas, que prometeram um olhar de quem estuda e vive o carnaval. Sem notas, a escolha em cada uma das 14 categorias vem da avaliação de forma conjunta por um júri especializado. O público ainda participa votando no destaque.
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