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pausa de dois anos

Após pandemia, carnaval na Sapucaí leva componentes de escolas e público às lagrimas

Passistas, celebridades, baianas, ritimístas e muitos que vivem intensamente as escolas de samba do Rio de Janeiro não seguraram a emoção na volta à Sapucaí.

Por Raoni Alves, g1 25/04/2022 09h09 - Atualizado em 25/04/2022 13h01
Após pandemia, carnaval na Sapucaí leva componentes de escolas e público às lagrimas
Paola Oliveira brilhou na avenida pela Grande Rio - Foto: Zô Guimarães

Foram mais de dois anos de espera, imposta pela Covid. Exatamente 786 dias entre o carnaval de 2020 e os desfiles deste ano. Com a situação da pandemia em um momento que permitiu sua volta, o carnaval de 2022 será lembrado pela emoção de quem atravessou a Marques de Sapucaí.

O período sem carnaval foi difícil para as escolas de samba. Muitos trabalhadores perderam sua principal fonte de renda, além de amigos que morreram por conta da Covid. 

Durante o reinado de Momo, o g1 ouviu passistas, celebridades, diretores, porta-bandeiras e baianas. Muitos desses, terminaram os desfiles chorando pela volta do Carnaval.

"Foi uma emoção muito grande. Uma saudade muito grande de poder voltar para a Sapucaí. Esse ano mesmo foi uma incerteza também. A gente precisava tá aqui na avenida pra ter certeza que era real, que a gente não ensaiou a toa. Foi um ano de liberdade, de botar tudo que a gente tava guardando esses dois anos pra fora. Foi excelente", comentou Rafael Soares, integrante da Imperatriz Leopoldinense.

Ninguém sabe ainda se o grande destaque do carnaval de 22 será a comissão de frente da Mangueira e sua troca de fantasia em um segundo, o forte enredo da Beija-Flor, que exaltou a negritude, o enredo sobre Exu da Grande Rio ou a chance de tricampeonato da Viradouro. A única certeza é que lágrimas de saudade e arrepios de felicidade tomaram conta dos quatro dias da festa.

"É uma emoção fora do normal. Eu me emocionei do início ao fim. É muito gratificante de ver, não só o Salgueiro, mas todas as escolas. Todo mundo com garra de trabalhar. Os trabalhadores das escolas (...) foi muito bom (emocionada) só falo isso: Foi muito bom", comentou Glaucia Gusmão, diretora de harmonia do Salgueiro.

Paola Oliveira

A rainha de bateria da Grande Rio, Paolla Oliveira, também falou sobre o retorno à Sapucaí após a pandemia.

"É sempre emocionante, mas esse ano é grandioso pra todos nós. É um carnaval de vida, de esperança. De alegria pela gente podendo estar juntos. Estou muito feliz por poder estar aqui mais uma vez", celebrou Paolla.

Depois de desfilar pelo Salgueiro, a atriz Déborah Seco disse que não poderia perder o carnaval da retomada por nada.

"Eu nem me preparei, nem contava de vir desfilar hoje. Foi tudo de última hora. Consegui uma fantasia pra desfilar e não dava pra perder essa oportunidade. Setecentos e tantos dias depois, pisar na Sapucaí. A gente espera que nunca mais fique tanto tempo sem vir. Realmente eu não sei explicar em palavras o que eu tô sentindo agora", disse a atriz.

Segundo Déborah, a sensação de pisar na avenida novamente foi de arrepiar. "Aos 45 do segundo tempo, eu falei 'cara, não dá. Como eu não vou tá lá?'. Tô com muita saudade. Era muita vontade de vir, mesmo que não fosse na escola. Eu vou na frente, mas eu vou. Eu preciso pisar na avenida, preciso olhar as pessoas na arquibancada, cantar samba enredo. É uma sensação que eu realmente não sei explicar. Arrepia até o útero", brincou.

Viradouro celebrou outra retomada

A atual campeã do Carnaval, a Viradouro lembrou de outra pandemia em seu enredo. Na verdade, a escola de Niterói contou a história do maior carnaval de todos os tempos, como ficou conhecida a festa de 1919, que aconteceu no ano seguinte da pandemia da gripe espanhola.

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