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'Vem brincar': modelo que atropelou e matou jovem debochou de blitz antes

Na ocasião, Bruno se recusou a soprar o bafômetro e recebeu multas por pilotar a moto sem placa nem habilitação

Por g1 05/08/2022 11h11
'Vem brincar': modelo que atropelou e matou jovem debochou de blitz antes
Internado após acidente, modelo negou estivesse alcoolizado - Foto: Divulgação

O modelo e influenciador Bruno Krupp debochou da blitz da Lei Seca na qual foi parado três dias antes de atropelar e matar o adolescente João Gabriel. Nos stories do Instagram a que o g1 teve acesso, Bruno primeiro postou uma foto, com a legenda “Hoje me fodi”, e depois fez um vídeo.

Em tom irônico, Bruno comentou:

“Na moral, mano. Eu amo Lei Seca. Eu amo. Amo. Já é?! Vamos ver qual vai ser o desenrolado da melhor forma, demorou?! Tamu junto... Os dois lados da pista. Vem, amor, vem brincar, vem brincar. Vambora!”

Nessa blitz, Bruno se recusou a soprar o bafômetro e recebeu multas por pilotar a moto sem placa nem habilitação.

Bruno está sob custódia em um hospital particular na Zona Norte do Rio pela morte, por atropelamento, do jovem João Guilherme.

Ao contrário do que afirmou nesta quarta-feira (3) o advogado de Bruno Krupp, o modelo e influenciador não tem habilitação para pilotar motos.

“Ele só não tinha habilitação ainda porque o Detran, salvo engano, já tinha aferido a carteira dele. Ele só não tinha pego a carteira ainda”, disse William Pena, que representa Bruno, na porta do hospital.

Bruno pilotava, em alta velocidade (a mais de 150 km/h, numa via cujo limite é de 60 km/h) e estava sem habilitação, mesmo após ter sido pego em uma blitz três dias antes do atropelamento. A Justiça do RJ expediu um mandado de prisão contra o rapaz, que responde por homicídio com dolo eventual, quando se assume o risco de matar. A vítima é João Gabriel Cardim Guimarães, de 16 anos.

Nesta quarta, Krupp foi encontrado em um hospital no Méier, na Zona Norte do Rio, onde deve ficar preso sob custódia até ser liberado pelos médicos. William Pena alegou ainda que a moto que atropelou João Guilherme “deu uma pane no freio”.

“O que ele me disse hoje [quarta], logo antes de entrar para cirurgia, foi que a moto deu uma pane no freio e ele perdeu o controle, porque ele se assustou com o rapaz [João Gabriel] voltando”, comentou o advogado.

Ainda segundo Pena, não houve dolo na ação de Bruno, ou seja, ele não teve a intenção de praticar o ato. Contudo, o defensor admitiu que motorista estava rápido demais.

"Eu até acredito que sim [estava rápido demais]. Mas uma moto de quase mil cilindradas, a juventude de hoje quer dar uma arrancada, e ele vai pagar o preço pelo erro que cometeu de imperícia”, disse.

“Não houve dolo. Ninguém sai de casa para matar ninguém atropelado. 'Ah, eu vou ali atropelar alguém na esquina'. Está havendo um certo exagero com tudo que estão publicando. Não há perícia, foi desfeito o local do acidente”, disse William Pena.

“Agora, não se pede a prisão preventiva de uma pessoa fundamentando apenas com o que viram no Instagram, que o cara é isso, que o cara é aquilo. Venhamos e convenhamos”, emendou.



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