Sustentabilidade e foco em profissões “verdes”. Esse tem sido o perfil de muitos jovens em busca de profissões e de um lugar ao sol no mercado de trabalho. A chamada “economia verde”, baseada na sustentabilidade e na responsabilidade ambiental, tem despertado o interesse dos jovens talentos nas mais variadas áreas de atuação.

Uma pesquisa divulgada recentemente pela consultoria Accenture revelou que 88% das pessoas de 15 a 39 anos desejam trabalhar na economia verde nos próximos dez anos. Essa tendência vem sendo observada há alguns anos por especialistas em gestão e mercado de trabalho, permanecendo aquecida entre os jovens talentos neste ano de 2022.

“Os profissionais mais jovens vem adotando uma postura mais interessada em empresas preocupadas com a sustentabilidade de seus processos. Eles querem se identificar com o posicionamento das marcas, com a preocupação delas em deixar pegadas verdes, o engajamento dessas empresas com causas ambientais e fazem isso antes mesmo de enviar um currículo ou se disponibilizar a participar de um processo seletivo. É uma geração que simplesmente não envia o currículo para empresas com as quais não se identifica”, analisa Janaína Machado, gerente do Tiradentes Carreiras.

Projetos com foco na responsabilidade ambiental têm sido um desafio que muitas empresas têm encarado nos últimos tempos. Segundo um levantamento feito pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), até 2030, 7,5 milhões de empregos vão desaparecer na América Latina por conta das mudanças nos setores e da digitalização das indústrias. Por outro lado, o estudo mostra um enorme potencial de crescimento de oportunidades de trabalho: serão até 22,5 milhões de vagas ligadas à construção de infraestrutura verde e à criação de soluções tecnológicas limpas.

Neste sentido, muitas das profissões consideradas “do futuro” estão na área de economia verde, a exemplo de engenheiro agrônomo de biodinâmica (analisa como o movimento de energia, estrelas e lua impacta a agricultura e as plantas), engenheiro de biocombustível, desenvolvedor de software verde, nanotecnologista (usa nanotecnologia e materiais nano para soluções sustentáveis); tecnólogo ambiental, entre outras.

“Mudanças de mentalidade e cultura organizacional são essenciais para empresas que buscam o fortalecimento da sustentabilidade em suas ações e projetos. Neste processo o compromisso com a inovação é de extrema importância na transformação da identidade e do posicionamento das mesmas no mercado da chamada economia verde”, destaca a gerente.