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XENOFOBIA

Pernambucano é espancado em Portugal: Agressor perguntou se ele era brasileiro antes de começar a bater

Por Redação com assessoria 13/06/2023 15h03 - Atualizado em 13/06/2023 15h03
Pernambucano é espancado em Portugal: Agressor perguntou se ele era brasileiro antes de começar a bater

O brasileiro Saulo Ferreira Jucá, de 51 anos, foi espancado em um ataque xenofóbico na cidade de Braga, no norte de Portugal, no último sábado (10). Pernambucano do Recife, ele, que é engenheiro civil e trabalha como diretor de fiscalização de obras atualmente, está há quase dois anos no país europeu e relata que nunca havia sido alvo do preconceito direcionado a estrangeiros.

O caso ocorreu por volta das 20h30 do sábado em uma cafeteria na rua onde Saulo mora, em Braga - era feriado de Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Em conversa por telefone com a Folha de Pernambuco, o brasileiro diz que o homem que o agrediu estava transtornado e bêbado ao chegar no estabelecimento.

“A mãe não queria que ele bebesse, eu estava fora do café. Entrei porque vi que alguma coisa não iria sair bem. Falei com o dono do café, pedi mais alguma coisa e ele [o agressor] se virou para mim e perguntou se eu era brasileiro”, lembra Saulo, que respondeu ser brasileiro “com muito orgulho”.


O engenheiro acrescentou que tem cidadania portuguesa, momento em que o português começou a agredi-lo. “Ele veio para cima de mim, deu um murro, caí no chão. Deu chutes na minha cara, no rosto, na costela, em tudo que é canto da barriga para a cabeça”, completa Jucá.

Imagens compartilhadas por Saulo com a reportagem mostram como ele ficou após o espancamento. O engenheiro aparece com boa parte do rosto inchada e os dois olhos com manchas roxas. Há marcas das agressões também em seu tronco.

Saulo registrou o caso na polícia, que informou estar atrás do homem que o agrediu. “A polícia está atrás, eu espero que as autoridades tomem uma atitude”, cobra o brasileiro, que diz se dar “muito bem” com portugueses. “Esse cara se ficar solto pode matar uma pessoa, eu poderia ter morrido”, continua o engenheiro que foi atendido no Hospital de Braga após as agressões. Ele também fez exame de corpo de delito.

“Nunca esperava passar por isso, até porque me dou muito bem com os portugueses, vim para cá para ter uma vida mais tranquila, segurança para as minhas filhas e aconteceu o que aconteceu”, finaliza o pernambucano, que cobra ainda:

“Eu quero que ele seja preso. Pelo que fiquei sabendo, ele não mora lá, mas a mãe mora e não é a primeira vez que ele age de forma violenta. Ele vai fazer isso com outra pessoa, pode até matar. Foi para cima de mim querendo me matar”

Embaixada brasileira

A Embaixada do Brasil em Lisboa, até esta terça-feira (13), três dias após o ataque xenofóbico, não emitiu nenhum posicionamento sobre a agressão sofrida por Saulo Ferreira Jucá. A reportagem tentou contato por e-mail com a representação diplomática, mas não recebeu retorno até a publicação.

O brasileiro também cobra respostas da embaixada. “Nem me ligaram nem nada, eu também não procurei porque meu estado de saúde não está bom. Queria que alguém da embaixada entrasse em contato comigo”, pede Saulo.

Câmeras de segurança instaladas no café podem ajudar na identificação do agressor e as imagens devem ser solicitadas pela polícia. A Folha de Pernambuco também tenta contato com a polícia portuguesa para saber o andamento das investigações do ataque xenofóbico.

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