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Sobreviventes relatam momentos de pânico e correria após desabamento de prédio em Maceió
A Defesa Civil isolou completamente uma área e interditou 20 apartamentos
Moradores do Residencial Maceió I, no Cidade Universitária, parte alta da capital alagoana, amanheceram nesta quinta-feira (07) com um cenário de destruição após um bloco do residencial desabar devido a uma explosão, supostamente causada por um botijão de gás.
Vizinhos do apartamento, foco da explosão, recordaram a estranha correria e pânico generalizado ainda nas primeiras horas desta manhã. Por conta do desabamento, a Defesa Civil isolou completamente uma área e interditou 20 apartamentos, que só serão liberados após o procedimento de perícia dos técnicos do órgão.
Vizinha do apartamento que explodiu, Célia Augusto também teve o imóvel onde morava com a família parcialmente destruído e disse estar com medo de retornar ao local.
"Fica um sentimento de perda, né? Eu fico com medo de morar de novo. Se eu puder morar, eu vou ficar com medo, vou sempre lembrar. Não queria nem estar aqui. Estou porque realmente tinha que estar porque eles estão chamando ali, para assinar as coisas. Mas é muito difícil você perder tudo assim de repente", disse.
A mulher conta que acordou por volta das 4h com o barulho da explosão e a queda de uma barra de concreto no apartamento onde mora. "Caiu os PVC em cima do teto, uma barra e as portas de dentro de casa caíram todas. A gente acordou assim, um barulho muito forte e tudo tomado por um pó branco", relata.
Célia relata que o vizinho, "Seu Gilvan", como era conhecido, vendia churros e era afetuoso com todos no prédio. "A esposa dele vendia comida e ele vendia, acho que é churros. Faleceu ele e o neto. A esposa dele foi pro hospital".
"Era uma pessoa de bem. Eu moro aqui há cinco anos e ele e a esposa dele são gente boa mesmo", disse. A terceira vítima seria morador do apartamento abaixo do vendedor de churros "O rapaz de baixo também faleceu", disse Célia.
Mary dos Santos, de 58 anos, chegou no residencial somente há quatro meses e fala da correria e pânico causados pela explosão. "Muita gente correndo e gritando, muita criança chorando. A gente viu o estrondo e pensou que era outra coisa. A minha porta saiu do lugar, voou. A luminária também quebrou tudo, os vidros da janela caíram em cima de mim. Eu tô aqui falando com você porque foi um milagre de Deus. Eu ainda tô em choque, ainda não parei para a ficha não cair. Já chorei, né? Porque apesar de eu não tenho intimidade com as pessoas, as a gente conhece e aí fica triste que são seres humanos também, são pessoas que têm sonhos, essas coisas. E acabou, né?", complementou.
Outro morador do prédio, José Roberto Feliciano, conta que estava escovando os dentes quando aconteceu a explosão. " A porta se abriu, quebrou tudo aqui dentro da minha casa. Dizem que foi um botijão de gás. Quando eu desci, fui um dos primeiros a chegar, dava pra escutar o pessoal gritando, pedindo socorro nos escombros. Tava tudo escuro ainda. Eu liguei pros Bombeiros, todo mundo ligou. Acho que em 30 minutos eles chegaram", relata.
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