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4º dia seguido

Dólar atinge R$ 6,19 após ata do Copom sinalizar aumento da Selic

A ata apontou que a desvalorização do real e a percepção negativa dos agentes financeiros em relação ao pacote fiscal de corte de gastos impactaram os ativos financeiros

Por Redação 17/12/2024 14h02
Dólar atinge R$ 6,19 após ata do Copom sinalizar aumento da Selic
Dólar, moeda americana - Foto: JF Diorio/Estadão

O dólar comercial registrou alta nesta terça-feira (17.dez.2024), chegando a R$ 6,19, após a divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). A moeda iniciou o dia com valorização em resposta ao comunicado que indicou a elevação da taxa básica de juros, a Selic, para 14,25% em março de 2025.

A ata apontou que a desvalorização do real e a percepção negativa dos agentes financeiros em relação ao pacote fiscal de corte de gastos impactaram os ativos financeiros. Na segunda-feira (16.dez), o Banco Central realizou dois leilões de dólares para tentar conter a alta da moeda, mas a cotação ainda registrou crescimento.

De acordo com o documento, o cenário, antes incerto, se tornou “mais adverso” após a última reunião. O Banco Central destacou que as percepções sobre o pacote fiscal influenciaram de maneira significativa os preços dos ativos financeiros, além de afetar as expectativas para o futuro, como o prêmio de risco, a inflação e a taxa de câmbio. A autoridade monetária avaliou que houve uma “desancoragem adicional” das projeções, o que exigirá uma política monetária mais rigorosa. “A desancoragem das expectativas de inflação é um fator de desconforto comum a todos os membros do Comitê e deve ser combatida”, afirmou a ata.

Câmbio e inflação - 
O Banco Central observou que a taxa de câmbio sofreu “forte alteração” recentemente e que a combinação do real depreciado com a elevação das curvas de juros nominal e real tornam o cenário econômico mais desafiador. A autoridade monetária alertou que o impacto do dólar alto nos preços tende a ser mais significativo quando a demanda interna está forte.

A inflação de curto prazo também foi mencionada como uma preocupação, especialmente devido ao aumento nos preços dos alimentos, que afetaram o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Fatores como a estiagem e o aumento nos preços das carnes, impactados pelo ciclo do boi, pressionaram a inflação. O Banco Central prevê que esses aumentos se espalhem para o médio prazo devido aos mecanismos inerciais da economia brasileira. Além disso, a alta do câmbio impacta os preços de bens industrializados, sugerindo novos aumentos para os próximos meses. A inflação no setor de serviços segue acima do limite da meta, que é de 3%, com uma tolerância de até 4,5%.

Atividade econômica - 
A ata também destacou que a atividade econômica brasileira está demonstrando maior resiliência e dinamismo do que o esperado. O crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) no terceiro trimestre, que foi de 0,9%, levou a uma nova avaliação sobre um "hiato mais positivo" da economia. Esse hiato refere-se à diferença entre o PIB efetivo e o PIB potencial, o que indica uma economia funcionando acima de sua capacidade produtiva, gerando maior demanda e, consequentemente, pressões inflacionárias.

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