Com a retomada dos trabalhos legislativos em fevereiro, os partidos com representação no Senado, atualmente 12, deverão encaminhar à Secretaria Geral da Mesa os nomes dos novos líderes da Casa. Além das lideranças partidárias, têm direito a indicar representantes os blocos parlamentares, a Maioria, a Minoria, o Governo, a Oposição e a Bancada Feminina. Esse rearranjo de lideranças, somado à eleição do presidente da Casa e da Mesa, pode reorientar os rumos dos trabalhos legislativos em 2025.

Os líderes são escolhidos pelos próprios integrantes das bancadas e representam oficialmente os partidos ou blocos parlamentares. Eles desempenham papel crucial na coordenação das ações dos senadores, na articulação de votações com outras lideranças e com o governo, além de defender os interesses de seus grupos no Senado, na Câmara ou no Congresso Nacional. Em 2024, por exemplo, o Senado vivenciou três semanas de esforço concentrado, com a votação de projetos como a regulamentação da reforma tributária (PLP 68/2024) e o pacote de cortes de gastos, graças ao trabalho de articulação dos líderes e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.

A definição das lideranças segue as normas estabelecidas pelo Regimento Interno do Senado. As indicações de líder e vice-líder são feitas pela maioria de cada bancada no início da primeira e da terceira sessão legislativa. Atualmente, os seguintes blocos parlamentares também têm direito a indicar líderes:

Resistência Democrática (PSD, PT, PSB) – 28 senadores

Democracia (MDB, União Brasil) – 18 senadores

Vanguarda (PL, Novo) – 15 senadores

Independência (Podemos, PSDB, PDT) – 10 senadores

Aliança (Progressistas, Republicanos) – 10 senadores

Além disso, os grupos com maior representatividade na Casa, como a Maioria, Minoria, Governo, Oposição e a Bancada Feminina, também possuem direito a indicar suas lideranças. Os líderes desempenham diversas funções, como indicar senadores para integrar comissões, substituir titulares e suplentes, fazer uso da palavra no Plenário e votar em nome de seus colegas em votações simbólicas. Eles também são responsáveis por orientar a bancada nas votações nominais e apresentar ou apoiar recursos em Plenário contra decisões do presidente da Casa.

Embora todos os partidos com representação no Senado possam indicar um líder, para obter vantagens administrativas, a bancada precisa contar com pelo menos três senadores. Além dos líderes, os partidos podem indicar vice-líderes, na proporção de um para cada três integrantes.

Os blocos parlamentares, formados pela união de dois ou mais partidos, têm direito a um líder, e os líderes dos partidos que formam o bloco assumem a função de vice-líderes. A maior bancada da Casa define o líder da Maioria, enquanto a maior bancada de oposição elege o líder da Minoria. O presidente da República também tem a prerrogativa de indicar um líder para o Governo.

Por fim, a Bancada Feminina, criada em 2021, tem a responsabilidade de eleger uma líder e uma vice-líder a cada seis meses, com revezamento entre suas integrantes. A líder da Bancada Feminina tem o direito de apresentar destaques durante a tramitação de projetos no Senado.