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Dengue: avanço do sorotipo DENV-3 preocupa autoridades e exige atenção redobrada
A dengue, doença viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, continua a afetar milhões de pessoas, especialmente em países tropicais como o Brasil. O vírus, pertencente à família dos flavivírus, possui quatro sorotipos: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. De acordo com o Ministério da Saúde, cada um desses sorotipos pode causar desde infecções assintomáticas até quadros graves da doença.
Embora a infecção por um sorotipo ofereça imunidade permanente contra ele e proteção temporária contra os outros, o ministério alerta que uma pessoa pode ser infectada até quatro vezes ao longo da vida. A infecção consecutiva aumenta o risco de complicações graves, principalmente quando envolvem os sorotipos DENV-2 e DENV-3.
O DENV-3, que esteve ausente do Brasil desde 2008, tem sido detectado recentemente em vários estados, incluindo São Paulo, Minas Gerais, Amapá e Paraná. O aumento foi particularmente significativo nas últimas semanas de dezembro, o que preocupa autoridades sanitárias, pois grande parte da população não foi exposta a esse sorotipo nos últimos anos. Estudos apontam que o DENV-3 é um dos sorotipos mais virulentos, com maior potencial de causar formas graves da doença. Isso pode elevar o risco de epidemias, como aconteceu entre 2000 e 2002, quando o sorotipo foi introduzido no país.
Em 2024, o sorotipo DENV-1 foi o predominante no Brasil, responsável por 73,4% das amostras positivas para dengue. No entanto, com a presença do DENV-3 e a circulação dos outros sorotipos, a vigilância e as medidas de prevenção devem ser intensificadas.
Diante da circulação dos quatro sorotipos, o Ministério da Saúde destaca a importância de intensificar as medidas de prevenção, como eliminar focos de água parada, utilizar repelentes e instalar telas de proteção. Além disso, é fundamental estar atento aos sintomas da dengue, como febre alta, dor de cabeça intensa e manchas vermelhas pelo corpo. Caso haja sinais de alarme, como dor abdominal severa, vômitos persistentes ou sangramentos, é essencial procurar assistência médica imediata.
Com o número de casos de dengue já ultrapassando 93 mil em 2025 e com 11 mortes confirmadas, o Ministério da Saúde iniciou uma campanha nacional de conscientização e combate às arboviroses. A campanha foca em estados com risco elevado de aumento de casos de dengue, zika e chikungunya, incentivando a procura por unidades de saúde diante de sintomas como febre, dor de cabeça e manchas vermelhas.
Embora a vacinação contra a dengue seja uma medida preventiva importante, atualmente a vacina Qdenga está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) apenas para crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos. O Ministério da Saúde reforça a necessidade de ampliar a vacinação, dependendo da disponibilidade de doses.
Nesta quarta-feira (22), a ministra Nísia Trindade se reúne com representantes de diversas entidades para alinhar estratégias e ações de controle da dengue e outras arboviroses. A reunião faz parte de um esforço conjunto do Ministério da Saúde para enfrentar o cenário epidemiológico e evitar novas epidemias de dengue no país.
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