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Operação Fato Oculto

Alagoano, ex-prefeito de cidade paulista, forjou ataque a tiros para manipular eleição em 2024

Por Redação com G1 17/02/2025 14h02
Alagoano, ex-prefeito de cidade paulista, forjou ataque a tiros para manipular eleição em 2024

O ex-prefeito de Taboão da Serra (SP), o alagoano de Palmeira dos Índios, José Aprígio (Podemos), forjou o próprio ataque a tiros ocorrido em 18 de outubro de 2024. A fraude foi confirmada pela Polícia Civil e pelo Ministério Público, conforme apuração detalhada da operação “Fato Oculto”. A informação foi divulgada em reportagem do G1 SP nesta segunda-feira (17).

Segundo a investigação, o objetivo de Aprígio era manipular a opinião pública de Taboão da Serra para garantir sua reeleição, no segundo turno das eleições, contra o adversário Engenheiro Daniel (União Brasil). O suposto ataque, que ganhou grande repercussão nas redes sociais com vídeos mostrando o prefeito sangrando dentro do carro e, posteriormente, se recuperando no hospital, foi uma encenação cuidadosamente planejada.

O esquema envolveu pelo menos nove pessoas, incluindo três secretários do ex-prefeito à época: José Vanderlei (Transportes), Ricardo Rezende (Obras) e Valdemar Aprígio (Manutenção). A fraude também contou com a participação do sobrinho de Aprígio, Christian Lima Silva, investigado anteriormente por um caso semelhante em Alagoas em 2020.

A investigação revelou que os secretários entraram em contato com Anderson da Silva Moura e Clovis Reis de Oliveira para contratar os atiradores responsáveis pela simulação. Gilmar de Jesus Santos foi o executor do plano, enquanto Odair Júnior de Santana ficou responsável pelo veículo usado na ação. Os envolvidos receberam R$ 500 mil cada, e a arma utilizada – um fuzil AK-47 – foi comprada por R$ 85 mil. Durante a operação, a polícia prendeu Gilmar, mas Odair e Jeferson Ferreira de Souza, que ajudou na fuga, estão foragidos. O fuzil ainda não foi localizado.

Apesar das evidências, a Justiça negou os pedidos de prisão preventiva para os secretários e para o sobrinho de Aprígio, permitindo apenas buscas e apreensões. Além disso, foram realizadas investigações na residência de Hélio Tristão, ex-coordenador de campanha do ex-prefeito.

O atual prefeito de Taboão da Serra, Engenheiro Daniel, se manifestou sobre as conclusões da investigação, expressando sua satisfação com o trabalho da polícia. Ele afirmou que o desfecho não foi uma surpresa, mas lamentou o impacto político e pessoal do caso, ressaltando a esperança de que a justiça seja plenamente feita.

Embora amplamente divulgado como uma tentativa de homicídio, o ataque foi, na verdade, uma simulação para manipular o processo eleitoral. A Polícia Federal também investiga o caso, mas ainda não divulgou mais informações sobre os próximos passos da apuração.

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