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"estarrecimento e indignação"

Defesa de Bolsonaro rejeita denúncia da PGR e alega falta de provas concretas

Por Redação com agências 19/02/2025 14h02
Defesa de Bolsonaro rejeita denúncia da PGR e alega falta de provas concretas

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) manifestou, nesta terça-feira (18), "estarrecimento e indignação" diante da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), afirmando que não há elementos que conectem o ex-presidente à "narrativa construída" no documento. Em comunicado, a defesa destacou que Bolsonaro nunca esteve envolvido em qualquer forma de ruptura do Estado democrático de Direito, e considerou a acusação infundada ao ponto de, segundo eles, atribuir-lhe participação em planos contraditórios, baseados em uma única delação premiada.

O texto da defesa reforçou que, apesar de quase dois anos de investigações — período em que o ex-presidente foi alvo de diversas diligências, incluindo medidas cautelares invasivas e a prisão preventiva de alguns de seus apoiadores próximos — não foi encontrado qualquer indício que associasse Bolsonaro aos fatos relatados na denúncia. "Nenhum elemento conectou minimamente o presidente à narrativa construída", alegaram os defensores.

A PGR acusa Bolsonaro de envolvimento nos crimes de tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado à União, deterioração de patrimônio tombado e participação em organização criminosa. As penas somadas podem chegar a até 43 anos de prisão, além da possibilidade de inelegibilidade por mais tempo do que os oito anos pelos quais o ex-presidente foi condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Segundo a nota da defesa, não há qualquer evidência de envolvimento de Bolsonaro nas acusações, mesmo após uma extensa investigação nos seus dispositivos pessoais. Os advogados ainda consideram a denúncia inepta e criticam a base de uma única delação premiada, realizada por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que teria alterado sua versão várias vezes. A defesa afirma que as declarações de Cid foram usadas para "construir uma narrativa fantasiosa".

Em visita ao Senado, Bolsonaro se mostrou tranquilo em relação à iminente denúncia, afirmando que não tem "nenhuma preocupação" quanto às acusações. "Estou aguardando chegar a denúncia e poder ter acesso aos autos", declarou o ex-presidente. Ele também criticou a decisão do TSE que o tornou inelegível e sugeriu que existe um movimento para impedir sua candidatura à presidência em 2026.

Além de Bolsonaro, a PGR denunciou outras 33 pessoas, incluindo o ex-ministro Walter Braga Netto, candidato a vice-presidente em 2022 e atualmente preso preventivamente. Outros cinco denunciados encontram-se detidos, e a lista inclui os ex-ministros Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Anderson Torres (Justiça), além do ex-comandante da Marinha, Almir Garnier Santos, e Mauro Cid, que firmou um acordo de delação premiada e deve receber benefícios. Entre os denunciados estão também 23 militares, sendo sete oficiais-generais. A Aeronáutica foi a única força armada sem acusados.

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