A Polícia Federal (PF) indiciou nesta quarta-feira (2) Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por violação de sigilo funcional com prejuízo à administração pública. A acusação está relacionada ao vazamento de conversas confidenciais entre o ministro Alexandre de Moraes e servidores do TSE e do Supremo Tribunal Federal (STF).

As investigações, que envolveram a análise de documentos e depoimentos, foram concluídas pela PF, que agora encaminha o caso para a Procuradoria-Geral da República. Cabe à PGR decidir se apresentará denúncia formal à Justiça com base nas provas coletadas.

Segundo a PF, Tagliaferro, que exercia uma função de confiança na Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE, agiu "de forma consciente e voluntária" ao divulgar informações sigilosas. As evidências apontam que, em abril de 2024, ele revelou dados obtidos enquanto trabalhava na assessoria, compartilhando-os com um jornalista do Jornal Folha de São Paulo. Esse material deveria ter sido mantido em sigilo.

A polícia também destacou que o vazamento tinha o objetivo de prejudicar a imagem do STF e do ministro Alexandre de Moraes, questionando sua imparcialidade nas investigações em andamento. A PF conclui que as ações de Tagliaferro visavam desestabilizar o cenário político e comprometer as investigações sobre organizações criminosas no Brasil.

Além disso, a investigação revelou que o ex-assessor tentou direcionar as suspeitas para a Polícia Civil de São Paulo, insinuando que dados haviam sido extraídos ilegalmente por esse órgão. Segundo a PF, isso representou uma tentativa de confundir a investigação e desviar a responsabilidade pelos atos ilícitos cometidos por ele. A próxima etapa do processo será a análise do material pela Procuradoria, que decidirá sobre os próximos passos legais em relação ao caso.