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Emoção e esperança

Bebê de dois meses passa por cirurgia cardíaca inédita em Alagoas com união de equipes especializadas

02/09/2025 16h04
Bebê de dois meses passa por cirurgia cardíaca inédita em Alagoas com união de equipes especializadas

Um avanço histórico para a saúde pública de Alagoas foi registrado na última quinta-feira (28), com a realização de uma cirurgia de alta complexidade em uma bebê de apenas dois meses, unindo pela primeira vez os serviços do recém-implantado setor de Cardiopediatria do Hospital do Coração Alagoano Professor Adib Jatene e do Projeto Respirar.

A pequena Maria Heloá Pereira foi diagnosticada com síndrome respiratória aguda grave, bronquiolite aguda e um importante estreitamento da traqueia. O caso, inicialmente atendido no Hospital da Mulher Dra. Nise da Silveira, revelou-se ainda mais complexo após exames indicarem uma cardiopatia congênita rara, conhecida como duplo arco aórtico — uma malformação que comprime a traqueia e dificulta a passagem do ar.

Diante da gravidade, uma força-tarefa foi montada envolvendo cardiopediatras, cirurgiões torácicos e especialistas em doenças respiratórias complexas. O resultado foi uma cirurgia inédita no estado, que corrigiu o defeito cardíaco e, ao mesmo tempo, permitiu a realização de uma broncoscopia e avaliação para possível plastia traqueal.

O secretário estadual de Saúde, Gustavo Pontes de Miranda, classificou a operação como um “marco”. “O que antes era impensável, hoje se torna realidade. Essa cirurgia é o reflexo dos investimentos do Governo de Alagoas em saúde de alta complexidade e integração entre equipes especializadas”, afirmou.

O coordenador do Projeto Respirar, Wander Mattos, destacou a complexidade do diagnóstico e a importância da união de expertises. “A compressão traqueal colocava a vida da bebê em risco. A integração entre os serviços permitiu uma abordagem rápida e eficaz”, explicou.

Para o cirurgião cardiovascular pediátrico José Leitão, que liderou a equipe da Cardiopediatria, o caso representa uma nova era na assistência pediátrica. “O duplo arco aórtico é uma condição rara e difícil de identificar. Corrigir isso precocemente permite que a criança tenha uma vida normal. Foi emocionante ver as equipes trabalhando juntas em prol dessa vida”, disse.

A mãe da bebê, Manuela Pereira, relatou o alívio após o procedimento. “Ela entrou com bronquiolite e descobriram o problema no coração. Agora é só agradecer. É um alívio ver que ela vai se recuperar. Não há palavras para descrever o que estou sentindo”, disse, emocionada.

Após a cirurgia, Maria Heloá foi mantida sob cuidados intensivos na Cardiopediatria e, nesta segunda-feira (1º), foi transferida de volta ao Hospital da Mulher, onde continuará em recuperação até receber alta definitiva.

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