Uma organização criminosa suspeita de falsificação de documentos e fraudes fiscais envolvendo empresas atacadistas de alimentos foi alvo da “Operação Ceres”, deflagrada nesta quinta-feira (16) pelo Ministério Público de Alagoas (MPAL), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal e Lavagem de Bens (Gaesf). A ação cumpre 13 mandados de busca e apreensão, oito direcionados a pessoas físicas e cinco a empresas, nas cidades de Maceió e Arapiraca. As ordens judiciais foram expedidas pela 17ª Vara Criminal da Capital.

As investigações começaram após a Secretaria da Fazenda do Estado (Sefaz/AL) identificar indícios de crimes contra a ordem tributária, falsidade ideológica e formação de organização criminosa. Segundo o MP, os envolvidos utilizavam empresas de fachada registradas em nome de laranjas para movimentar mercadorias, sobretudo farinha de trigo, sem o devido recolhimento de impostos.

O Gaesf apurou que os supostos sócios dessas empresas não tinham capacidade financeira compatível com o volume das operações, o que reforça a suspeita de fraude fiscal estruturada. Para manter o esquema, o grupo contava com o suporte de profissionais especializados em contabilidade voltada para burlar o fisco.

De acordo com o Ministério Público, as empresas investigadas acumulam mais de R$ 3,4 milhões inscritos em dívida ativa, enquanto os prejuízos causados ao Estado, somando também débitos administrativos, ultrapassam R$ 16 milhões.

A operação contou com o apoio da Secretaria da Fazenda, da Procuradoria-Geral do Estado, da Secretaria de Segurança Pública, das Polícias Civil e Militar, além da Polícia Científica. O nome da operação faz referência a Ceres, a deusa romana da agricultura, associada à produção de cereais como o trigo, principal produto envolvido nas irregularidades.