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Base do governo barra convocação de irmão de Lula e protege ex-ministro Lupi na CPI do INSS
Aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conseguiram nesta quinta-feira (16) barrar, na CPI do INSS, a convocação de José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, irmão do presidente e vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados (Sindnapi), uma das entidades investigadas. O requerimento foi rejeitado por 19 votos a 11.
A base governista também atuou para retirar da pauta os pedidos de quebra de sigilos telefônico, bancário, fiscal e telemático do ex-ministro da Previdência Carlos Lupi (PDT), atualmente presidente nacional do PDT, partido aliado do Planalto. O recuo foi resultado de um acordo entre o líder do governo, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), e o líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), com mediação do presidente da CPI, senador Carlos Viana (Podemos-MG).
A estratégia governista foi vista como parte de um movimento de reorganização política dentro da comissão, após a oposição assumir o controle da presidência e relatoria da CPI. Na abertura da comissão, a base de Lula perdeu espaço para os parlamentares bolsonaristas, que emplacaram Carlos Viana na presidência e Alfredo Gaspar (União-AL) como relator, apesar do apoio do governo a Omar Aziz (PSD-AM) e Ricardo Ayres (Republicanos-TO).
Outro requerimento barrado foi o que solicitava a quebra de sigilos da publicitária Danielle Fontelles, que já trabalhou para campanhas petistas e, segundo documentos enviados à CPI, teria recebido R$ 5 milhões de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como "Careca do INSS", uma das figuras centrais no escândalo dos descontos indevidos em benefícios previdenciários. A proposta também foi rejeitada por 19 votos a 11.
Na contramão dessas decisões, os parlamentares aprovaram, por 21 votos a 10, o pedido para que o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) elabore um relatório sobre as movimentações financeiras do advogado Eli Cohen, entre 2015 e 2025. Cohen foi um dos primeiros a denunciar os descontos irregulares e prestou depoimento à CPI nas semanas iniciais. O governo o associa à oposição, e, segundo revelou a Folha na véspera, ele teria recebido orientações do marqueteiro do PL, Duda Lima, antes de seu depoimento.
Durante a sessão, houve embates nos bastidores. Em um momento captado fora dos microfones, o deputado governista Alencar Santana (PT-SP) questionou o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), sobre seu voto com a base aliada. "Vou, e se vocês não votarem comigo nos outros, vão ser expostos", respondeu o parlamentar bolsonarista.
As decisões desta quinta-feira antecederam o depoimento de Cícero Marcelino, apontado como operador do esquema de descontos indevidos ligado à Conafer (Confederação Nacional dos Agricultores Familiares). A entidade é investigada após movimentações atípicas de R$ 796,8 milhões entre 2022 e 2025, segundo relatório do Coaf. O presidente da Conafer, Carlos Roberto Ferreira Lopes, admitiu falhas, mas afirmou que R$ 170 milhões foram devolvidos.
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