A rotina de uma família do município de Maravilha, no Sertão de Alagoas, foi transformada pela fé e pela medicina. Noemi Myllena Souza, de apenas 10 anos, nasceu com uma malformação congênita no coração, diagnosticada inicialmente como um simples sopro. Anos depois, o problema se revelou mais sério e exigiu uma cirurgia de alta complexidade realizada em Maceió.

Segundo a mãe, Maria José Souza, os primeiros sinais de que algo estava errado surgiram nos últimos meses, quando a filha passou a sentir cansaço frequente, dores no peito e dificuldade para brincar. Preocupada, ela levou a menina ao posto de saúde da cidade, onde exames apontaram falha no funcionamento do coração. A menina foi então encaminhada ao Hospital do Coração Alagoano, na capital.

O diagnóstico foi de Comunicação Interatrial (CIA), uma abertura anormal entre as câmaras superiores do coração. O tratamento indicado era uma cirurgia cardíaca aberta, com o uso de circulação extracorpórea. O procedimento foi conduzido pelo cirurgião cardiovascular pediátrico José Leitão, que destacou a gravidade do caso e a boa resposta da paciente. “A correção da CIA é delicada, mas segura quando realizada no tempo certo. Noemi teve uma excelente recuperação”, afirmou.

Durante todo o processo, a fé da menina chamou atenção da equipe médica e da família. Segundo Maria José, antes mesmo de qualquer data ser marcada, Noemi afirmou que sua cirurgia seria realizada em uma quarta-feira. Sem nenhum agendamento confirmado, a previsão feita pela criança parecia improvável. No entanto, dias depois, a família foi chamada para uma consulta com o cirurgião e, logo em seguida, recebeu a notícia de que o procedimento ocorreria exatamente na data mencionada pela filha.

A mãe se emociona ao lembrar do momento em que a menina confirmou sua intuição. “Quando disseram que seria na quarta, ela olhou pra mim e disse: ‘Eu não falei, mamãe, que Jesus tinha falado comigo?’”, contou Maria José.

Hoje, Noemi está em casa, se recuperando bem e retomando a rotina com leveza. “Agora meu coração está novo. Em breve, vou poder correr sem cansar”, disse a menina, sorrindo.

Para a família, a experiência foi marcada por fé, superação e gratidão. “A equipe do hospital cuidou da minha filha com muito carinho. E a fé dela nos ensinou a acreditar ainda mais”, completou a mãe.