Começou nesta segunda-feira (20), no Fórum do Barro Duro, em Maceió, o julgamento de Leandro dos Santos Araújo, de 23 anos, acusado de matar a sogra com 20 facadas e esconder o corpo dela dentro de uma geladeira. O crime, que chocou o estado, aconteceu em março de 2024. O pai do réu, Ademir da Silva Araújo, também é julgado no caso, por ter ajudado o filho a ocultar o cadáver.

O júri popular é conduzido pelo juiz Geraldo Amorim, titular da 9ª Vara Criminal da Capital. A acusação está a cargo do promotor Marcus Mousinho, da 49ª Promotoria de Justiça, que sustenta a tese de homicídio triplamente qualificado — por motivo fútil, meio cruel e feminicídio — além do crime de ocultação de cadáver. Quatro testemunhas de acusação devem depor ao longo do julgamento.

Leandro confessou o assassinato de Flávia dos Santos Carneiros e afirmou que contou com a ajuda da namorada, uma adolescente de 13 anos e filha da vítima. Segundo ele, o crime foi motivado pelo fato de Flávia não aceitar o relacionamento do casal. Ainda de acordo com o réu, o pai também teria ajudado, embora não tenha participado diretamente do homicídio.

A execução aconteceu no dia 1º de março, e dias depois, o corpo foi escondido em uma geladeira que foi transportada até uma área de mata em Guaxuma. O crime só veio à tona após um fretista denunciar à polícia que havia sido contratado para realizar uma mudança entre dois endereços no bairro do Jacintinho e, posteriormente, foi chamado novamente para transportar a geladeira até o Benedito Bentes. Os acusados, no entanto, desistiram do transporte e abandonaram o eletrodoméstico com o corpo dentro em uma ribanceira.

Durante as investigações, a adolescente também admitiu ter participado do assassinato da própria mãe e revelou que ela e o namorado alugaram uma casa no Benedito Bentes, onde passaram a noite juntos após o crime.

O julgamento segue sem previsão de término e deve ouvir ainda outras testemunhas de defesa antes da fase final dos debates entre acusação e defesa.