Vinte vereadores de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, foram presos em outubro de 2019 durante duas operações do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) que investigaram fraudes e desvio de recursos públicos na Câmara Municipal. As ações, batizadas de “Má Impressão” e “Guardião”, foram deflagradas de forma simultânea com apoio das polícias Civil e Militar.

A operação principal, “Má Impressão”, cumpriu mandados judiciais contra 19 vereadores suspeitos de envolvimento em um esquema de desvio de verbas de gabinete por meio de serviços de impressão superfaturados. Um dos parlamentares já se encontrava preso no Presídio Professor Jacy de Assis.

O vigésimo vereador foi detido na operação “Guardião”, que apurava fraudes em contratos de vigilância da Câmara. Além dos parlamentares, outros 12 mandados de prisão foram cumpridos em gráficas da cidade e nas dependências do Legislativo municipal. Computadores e documentos foram apreendidos durante as buscas.

Segundo o Ministério Público, 21 vereadores foram investigados ao todo — 19 em exercício e dois afastados. A Câmara de Uberlândia, que tem 27 cadeiras, contava à época com três parlamentares já afastados. O vereador Vilmar Resende (PSB) chegou a ser considerado foragido durante a operação.

O então presidente da Câmara, Hélio Ferraz, conhecido como Baiano (PSDB), foi alvo das duas operações. A defesa do parlamentar informou, na ocasião, que ainda estava tomando conhecimento do caso antes de se manifestar oficialmente.

As operações de 2019 expuseram uma das maiores crises políticas da história recente de Uberlândia, levantando debates sobre transparência, controle de gastos públicos e a integridade das instituições municipais.