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Dez anos após a tragédia em Mariana, impunidade marca processos e acelera nova repactuação bilionária
MPF cobra responsabilização por crime ambiental que deixou 19 mortos, destruiu comunidades e mudou para sempre o Rio Doce
Uma década depois do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, que despejou 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos e deixou 19 mortos, ninguém foi responsabilizado criminalmente. Apesar de toda a devastação causada, a Justiça Federal absolveu, em novembro de 2024, a Samarco, seus dirigentes e demais denunciados, decisão que o Ministério Público Federal tenta reverter.
O MPF recorreu argumentando que grandes desastres ambientais decorrem de falhas estruturais e omissões coletivas, e que gestores da mineradora tinham pleno conhecimento dos riscos de liquefação da barragem. O órgão também defende a responsabilização das acionistas Vale e BHP e da consultoria VogBR, além de ex-diretores e gerentes operacionais da Samarco.
Quase um ano após o recurso, o caso segue sem julgamento. Um parecer emitido em junho deste ano reforçou a necessidade de acolher integralmente os pedidos do MPF, sustentando que negligências da mineradora aumentaram indevidamente o risco de colapso da estrutura.
Para o Movimento dos Atingidos por Barragens, a ausência de punição contribui para a repetição de tragédias, como a de Brumadinho, e evidencia que a empresa não tomou medidas para prevenir o desastre nem conseguiu reparar adequadamente os danos ao longo dos últimos dez anos.
Diante das falhas da Fundação Renova, criada pelo TTAC de 2016 e considerada incapaz de conduzir a reparação, um novo acordo foi firmado em outubro de 2024 entre mineradoras e poder público. Avaliado em R$ 170 bilhões, incluindo R$ 38 bilhões já gastos, o pacto busca retomar indenizações individuais, reassentamentos e ações de recuperação ambiental no Rio Doce.
O g1 relembra, nesta série especial, a tragédia que destruiu comunidades inteiras, alterou o curso do Rio Doce e deixou marcas profundas em Minas Gerais e no Espírito Santo, além de atualizar a situação judicial, a reparação dos atingidos e o estado das áreas tomadas pela lama.
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