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Senado instala CPI do Crime Organizado em meio à repercussão de operação no Rio

Comissão iniciará trabalhos após pressão pública e escalada do debate sobre segurança; relatoria ficará com Alessandro Vieira

Por Redação com G1 04/11/2025 10h10
Senado instala CPI do Crime Organizado em meio à repercussão de operação no Rio

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado será instalada nesta terça-feira (4) no Senado Federal, em um cenário marcado pela forte repercussão da operação do governo do Rio de Janeiro contra o Comando Vermelho (CV) nos Complexos da Penha e Alemão, ação que resultou em 121 mortes e reacendeu o debate nacional sobre segurança pública.

Criada em junho, a CPI tinha seus trabalhos paralisados até agora. A pressão política e social após a operação no Rio levou governo e oposição a indicarem nomes de peso para compor o colegiado, que terá como foco o “modus operandi” de facções criminosas, como PCC e CV, além da atuação de milícias em diversas regiões do país.

Ainda não há consenso sobre quem vai presidir a comissão, decisão que será tomada na sessão de instalação. A relatoria já está definida: será do senador Alessandro Vieira (MDB-SE), autor do requerimento que deu origem à CPI. A disputa interna, segundo avaliação de líderes partidários, cria espaço para movimentações silenciosas da oposição, que recentemente surpreendeu o governo ao assumir o comando da CPMI do INSS.

O Palácio do Planalto tenta emplacar um nome do PT para presidir a comissão, preferindo os senadores Fabiano Contarato (PT-ES) ou Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado. A oposição, por sua vez, vê na CPI uma oportunidade de reforçar seu discurso de “lei e ordem” e dialogar com eleitores de centro.

A agenda de segurança pública ganhou força após a operação no Rio, o debate sobre GLO e a mobilização de segmentos bolsonaristas. O governo tenta evitar que o tema seja politicamente capturado e, como resposta institucional, promete avançar com o PL Antifacção e ampliar o diálogo com governadores.

A CPI terá 11 titulares e 7 suplentes. Entre os nomes que representam a oposição estão Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Sergio Moro (União-PR), Marcos do Val (Podemos-ES) e Magno Malta (PL-ES). No campo governista e aliados, Jaques Wagner (PT-BA), Otto Alencar (PSD-BA) e Rogério Carvalho (PT-SE) integram o grupo, além de Fabiano Contarato e Randolfe Rodrigues como suplentes.

Com duração prevista de 120 dias, a CPI deverá investigar a estrutura e expansão de facções, sua atuação territorial e prisional, fontes de financiamento, lavagem de dinheiro, conexões regionais e internacionais, além de eventuais infiltrações no poder público. O colegiado também deverá propor mudanças legislativas.

Caso seja confirmado como relator, Alessandro Vieira afirma que buscará blindar a comissão de disputas eleitorais. “O foco será técnico. Vamos ouvir especialistas, secretários de segurança, governadores e comunidades atingidas para produzir soluções”, disse.

Já Randolfe Rodrigues, líder do governo no Congresso, avalia que a oposição pretende transformar o colegiado em palanque. “A oposição quer um palanque seja onde for”, declarou.

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