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Tarifa dos EUA expõe desvantagem do café brasileiro e frustra euforia inicial da esquerda

Enquanto concorrentes têm imposto zerado, produto nacional permanece com sobretaxa de 40%, gerando perdas e contradições no discurso governista

Por Redação com agências 17/11/2025 08h08
Tarifa dos EUA expõe desvantagem do café brasileiro e frustra euforia inicial da esquerda

A comemoração inicial de setores da esquerda brasileira diante do anúncio de Donald Trump sobre a redução de 10% nas tarifas de importação durou pouco. Nesta sexta-feira (15), o vice-presidente Geraldo Alckmin trouxe à tona a distorção que continua penalizando o café brasileiro. Enquanto países concorrentes, como o Vietnã, passam a ter tarifa zero, o produto nacional permanece sujeito a uma sobretaxa punitiva de 40%, imposta pelos EUA em agosto como retaliação comercial.

“Os outros vão ficar com tarifa 0 e a gente continuará com 40%”, afirmou Alckmin em entrevista no Palácio do Planalto, desmontando o discurso de vitória que militantes governistas propagavam nas redes ao atribuir o corte tarifário a uma suposta conquista diplomática de Lula, esquecendo que 33% do café arábica brasileiro é exportado para os EUA, mercado de US$ 6 bilhões anuais onde o país agora perde competitividade.

O entusiasmo inflado da base lulista, que chegou a viralizar memes celebrando uma suposta “ajuda” de Trump ao Brasil, não corresponde ao impacto real no agronegócio. A medida norte-americana favorece diretamente Vietnã, Colômbia e Honduras, enquanto o suco de laranja brasileiro, único produto beneficiado com tarifa zerada, representa apenas 15% das exportações agrícolas afetadas pela decisão.
Especialistas do setor estimam perdas que podem chegar a US$ 400 milhões em 2026, caso a sobretaxa não seja revertida, contrariando a narrativa de que o diálogo entre Lula e Trump teria “mudado o cenário”.

Agora, a esquerda se vê diante do desafio de explicar aos produtores de café de Minas Gerais e do Espírito Santo por que o principal produto de exportação da categoria segue tributado em 40%, enquanto concorrentes entram sem qualquer cobrança no maior mercado consumidor do mundo.

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