Um plano para a Ucrânia que vem sendo negociado pelos governos do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e do presidente da Rússia, Vladimir Putin, prevê que Kiev ceda as regiões de Donetsk e Luhansk à Rússia. O esboço do documento foi obtido pela agência AFP.

As duas regiões, localizadas no leste da Ucrânia, seriam “reconhecidas de facto como russas”, inclusive pelos Estados Unidos. A mesma classificação se aplicaria à Crimeia, anexada ilegalmente pela Rússia em 2014.

O rascunho lista 28 pontos principais. Entre eles estão:

reconhecimento da anexação de Donetsk e Luhansk, já controladas pela Rússia;

divisão das regiões de Kherson e Zaporizhzhia conforme a linha de frente atual;

redução das Forças Armadas da Ucrânia para 600 mil militares;

assinatura de um acordo de não agressão entre Rússia, Ucrânia e Europa;

renúncia da Ucrânia à entrada na Otan, mantendo a elegibilidade para integrar a União Europeia;

garantias de segurança à Ucrânia semelhantes às oferecidas pela Otan, incluindo envio de tropas dos EUA e da Europa em caso de nova invasão;

compromisso de que a Otan não posicionará militares na Ucrânia e manterá aviões estacionados na Polônia;

reconstrução da Ucrânia financiada por US$ 100 bilhões em ativos russos congelados;

divisão do controle da usina nuclear de Zaporizhzhia entre Rússia e Ucrânia.

Reação da Ucrânia

O governo ucraniano informou na quinta-feira (20) que já recebeu o rascunho do plano. Sem criticar diretamente o conteúdo, o presidente Volodymyr Zelensky afirmou que “a soberania da Ucrânia deve ser respeitada”. O gabinete presidencial disse esperar discutir os termos com Trump nos próximos dias; segundo fontes ouvidas pela Reuters, a conversa deve ocorrer na quinta-feira (27).