O Ministério Público de Alagoas solicitou à Polícia Civil a abertura imediata de um inquérito para investigar denúncias de um suposto golpe imobiliário que pode ultrapassar R$ 50 milhões em prejuízo. As reclamações envolvem os sócios administradores da Incorporadora Alamedas Ltda., acusados por clientes de vender o mesmo imóvel para até quatro pessoas.

O ofício foi encaminhado ao delegado-geral da Polícia Civil, Gustavo Xavier, e ao delegado da 4ª Delegacia Regional de Arapiraca, Edberg Sobral. A conduta, caso confirmada, pode se enquadrar como estelionato, previsto no artigo 171 do Código Penal. Segundo os relatos recebidos pela 1ª Promotoria de Justiça de Arapiraca, os acusados — pai e filho, figuras conhecidas no setor da construção civil no município — teriam atuado de má-fé ao comercializar imóveis de forma duplicada e captar investimentos sem cumprir os prazos de devolução acordados.

O promotor de Justiça Thiago Chacon afirma que o procedimento foi instaurado após diversas vítimas procurarem o Ministério Público relatando práticas fraudulentas. Ele explica que, além das vendas múltiplas de um mesmo imóvel, há queixas sobre captação de recursos para projetos imobiliários sem retorno financeiro aos investidores.

Chacon pediu ao delegado-geral que avalie a criação de uma comissão especial para conduzir a investigação, considerando o número de vítimas e a complexidade dos negócios. Ao delegado regional de Arapiraca, determinou a instauração imediata do inquérito e adoção de medidas cautelares necessárias para apurar a materialidade e a autoria dos fatos.

O Ministério Público também orientou que, diante de eventual risco de fuga dos investigados ou tentativa de ocultação de bens, a apuração seja tratada com urgência, envolvendo apoio de delegacias especializadas, caso necessário.