Uma reviravolta marcou as investigações sobre o corpo de um recém-nascido encontrado em um ponto de coleta de lixo em Delmiro Gouveia. No início da tarde desta segunda-feira (1º), um homem procurou espontaneamente o 9º Batalhão da Polícia Militar e declarou ser o pai da criança, além de assumir que descartou o corpo durante a madrugada.

Segundo o relato apresentado pelo homem, a esposa teria passado mal e sentido dores intensas antes de ir ao banheiro da residência. Ele afirmou que, naquele momento, ocorreu um aborto espontâneo e que o bebê já não apresentava sinais de vida. Diante do cenário, contou ter decidido colocar o corpo em uma sacola plástica e deixá-lo próximo à Rua Padre Cícero, no bairro Eldorado.

O casal, que tem um filho de 4 anos, afirmou às autoridades que entrou em desespero e não soube como agir após o suposto aborto. Mesmo assim, a atitude de abandonar o corpo em meio ao lixo gerou revolta na comunidade.

Câmeras de segurança de um comércio local registraram o momento em que o homem deixa o material no ponto de coleta. Nas imagens, ele aparece caminhando tranquilamente, carregando a sacola volumosa, e se afastando logo após deixá-la entre outros resíduos. As gravações já estão com a Polícia Civil e integram o inquérito.

Apesar da confissão, a versão apresentada depende de confirmação técnica. O Instituto Médico Legal (IML) realizará exames que indicarão se o bebê nasceu morto ou se chegou a respirar. A resposta definirá o caminho jurídico do caso.

Se for comprovado que o recém-nascido não chegou a apresentar sinais vitais, o casal poderá responder por ocultação de cadáver. Caso o laudo indique que a criança nasceu viva, a situação muda de patamar e pode resultar em acusações de infanticídio ou até homicídio. As investigações continuam seguem sob responsabilidade da Polícia Civil de Alagoas (PC-AL).