Alagoas

eleições indiretas

Davi Maia abre série de entrevistas de candidatos ao governo-tampão de Alagoas

Eleição indireta para governo-tampão de AL acontece no próximo dia 2, na Assembleia Legislativa de Alagoas

Por Luciano Milano 24/04/2022 11h11 - Atualizado em 25/04/2022 10h10
Davi Maia abre série de entrevistas de candidatos ao governo-tampão de Alagoas

Eleito na oposição como deputado estadual em 2018, Davi Maia (União Brasil) é oficialmente candidato ao governo-tampão de Alagoas. A eleição indireta para substituir o ex-governador Renan Filho (MDB) e o ex-vice Luciano Barbosa (MDB) acontece no dia 2 de maio, na Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE). Renan renunciou ao cargo no começo deste mês para concorrer à vaga no Senado Federal, no pleito de outubro próximo. 

Além de Maia, Paulo Dantas (MDB), situação, e Cabo Bebeto (PL), o servidor público Flávio Henrique Catão Ferreira, o fisioterapeuta Antônio Pereira Chicuta e o bombeiro militar Luciano Valdomiro Silva Fontes já registraram candidatura. Siderlane Mendonça será o vice de Davi Maia, que abre a série de entrevistas com os candidatos que o Em Tempo Notícias inicia hoje, 24.

ETN - Como oposição, suas chances de eventual eleição são remotas. A que se propõe sua candidatura?

DM - Minha candidatura é a do contraponto. Sabemos que o candidato dos Renans, Paulo Dantas, tem pelo menos 15 votos dos 27 na ALE. Minha candidatura é de contraponto por muitos motivos, inclusive porque Dantas não apresentou um programa, um projeto de governo. Ele, me parece, quer manter o que foi deixado pelo ex-governador, e Renan Filho não gerou um emprego sequer.

ETN - Então o senhor tem um plano de governo? Em 7 meses de governo-tampão, o que o senhor poderia oferecer, dentro do seu projeto, à população alagoana?

DM – Sim, meu plano de governo foi apresentado na Assembleia, tem 9 eixos, entre os que considero mais importantes como implantar a grade curricular nas escolas em tempo integral, criar a paridade no serviço público, buscando igualar homens, mulheres e minorias, além de buscar eficiência são pontos perfeitamente factíveis e que vou colocar em prática caso eleito. Nessa questão das minorias, fico bem à vontade porque meu vice é o vereador por Maceió Siderlane Mendonça, que é uma liderança popular no Benedito Bentes, cujos pais são um vigilante e uma dona de casa e feirante. Ele representa minorias.

ETN – Saúde e emprego estão contemplados no seu plano de governo?

DM – Sim, sem dúvida. Até porque o Renan Filho construiu hospitais, mas, por exemplo, o de Delmiro Gouveira, no Sertão, e o de Porto Calvo, na Zona da Mata, não funcionam. Não funcionam porque não há estrutura para isso, faltam pessoas, insumos. Por exemplo, se alguém quebrar uma perna em Porto Calvo vai ter que ir para o HGE, aqui em Maceió, ou para o hospital de Coruripe. Isso é sem precedentes. Já sobre emprego, Alagoas gastou R$ 3 bilhões no Canal do Sertão e não gera um emprego sequer. Então, meu mandato de governador-tampão daria prioridade porque, apesar de o tempo ser exíguo, podemos concluir a obra do Canal. Quero lembrar que no Ceará, a conclusão aconteceu em 90 dias.


ETN – Nas últimas duas semanas, tem-se falado bastante em possível judicialização das eleições indiretas com base em supostos vícios jurídicos do edital publicado pela presidência da ALE. O senhor acredita nessa possiblidade? Faria coro para o pleito ir parar na Justiça?

DM – Acredito que a eleição será, sim, judicializada, e não por supostos vícios, mas porque o edital possui inconstitucionalidades. De minha parte, não haverá judicialização. Vou jogar o jogo. Mas sei que devem existir contestações nesse sentido. Um dos problemas, na minha visão, é separar a eleição de governador e vice; isso não se vê em nenhum lugar do nosso país. Além disso, o edital também não é claro quanto a quem pode ou não ser candidato, a regra não é clara. Por exemplo, o secretário do Gabinete Civil do Renan Calheiros, e que segue com o atual governador, Fábio Farias, se quiser pode se candidatar. E isso fere, na minha visão, a legislação.

ETN - Na sua visão, esses “equívocos” do edital foram feitos propositalmente ou não se atentou para os problemas e uma possível judicialização?

DM – Acredito que são erros propositais. O candidato do governo ainda não tem um nome para vice-governador. Portanto, ele ganha tempo até a eleição para negociar quem comporia a chapa. Fatalmente, a não obrigação de já se registrar com um vice, é um ganho político para o Paulo Dantas.

ETN – Além do senhor na ALE, há o deputado Cabo Bebeto e fala-se no desejo de seu par, Antônio Albuquerque, também apresentar um nome para concorrer ao cargo de governador-tampão. Algo pode mudar dentro desse cenário?

DM – Pode e já tenho trabalhado para isso. Entendo que eu, Cabo Bebeto e Antônio Albuquerque poderíamos chegar a um consenso de qual dos três nomes poderia agregar mais para que pudéssemos apresentar chapa única e ir em busca de votos de partidos que ainda não se definiram, como os do PP, que possuem votos, por exemplo.

ETN – Para finalizar, o senhor foi e continua um dos mais ferozes críticos dos Renans e do governo de Renan Filho. Diz, também, que Paulo Dantas não tem projeto e quer tocar o que foi deixado pelo ex-governador. Qual sua visão específica sobre esse ponto?

DM – Serei curto e grosso: eu não gostaria de forma alguma de ser candidato dos Calheiros para absolutamente nada porque a herança deixada por eles não é boa.

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