Alagoas
Auxílio-Chuvas vai beneficiar doze mil famílias
Decisão para beneficiar mais 8 mil famílias afetadas pelo temporal ocorreu durante encontro do Conselho do Fecoep
O Governo de Alagoas aprovou, nessa quarta-feira (15), a ampliação do benefício do Auxílio-Chuvas para mais oito mil famílias atingidas pelo temporal que caiu no estado há algumas semanas. Inicialmente, já tinham sido cadastradas quatro mil famílias de 34 municípios incluídos no Decreto de Situação de Emergência, assinado pelo governador Paulo Dantas no fim do mês de maio. Com isso, o número de famílias beneficiadas passa agora para 12 mil.
A deliberação ocorreu durante reunião do Conselho do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Fecoep), fonte dos recursos para o pagamento do benefício
Um total de 1.800, das quatro mil famílias inicialmente cadastradas no programa, já receberam o Auxílio-Chuvas na última segunda-feira (13), quando foi liberado o primeiro lote da primeira parcela de R$ 500. O auxílio, no valor de R$ 2 mil, foi dividido em quatro parcelas, a serem pagas nos meses de junho, julho, agosto e setembro.
“As pessoas que receberam no primeiro lote, cerca de mil e oitocentas famílias, estavam em situação mais urgente e se cadastraram primeiro, e o Estado agiu rápido. Mas em breve anunciaremos o complemento do primeiro lote das famílias que ainda não receberam, que somam duas mil e duzentas”, completou Aline Rodrigues, gerente de Monitoramento e Vigilância da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Social (Seades), responsável por coordenar as planilhas das famílias beneficiadas com o Auxílio-Chuvas.
A gerente acrescenta que dos 34 munícipios beneficiados no Decreto de Situação de Emergência, 25 deles tiveram as famílias contempladas com o pagamento no primeiro lote, que foi pago às famílias cadastradas até o dia 8 de junho. “Já estamos preparando o segundo lote e em breve divulgaremos o dia do pagamento”, diz.
DINHEIRO PARA RECOMEÇAR
Uma das pessoas já contempladas com a primeira parcela é a dona Maria Joseli da Silva, de 48 anos. Moradora do município de Rio Largo e desempregada desde o início da pandemia da Covid-19, ela teve a casa invadida pelas águas e perdeu grande parte dos móveis e eletrodomésticos que possuía. Está até agora sem geladeira e dormindo junto com o companheiro, em uma base de cama box que ganhou da irmã.
No dia da enchente, ela conta que acordou na madrugada com uma vizinha chamando e avisando que a água estava invadindo as casas. “Quando eu pulei da cama, já estava com os pés cobertos de água. Aí deu para salvar poucas coisas. Perdi geladeira, perdi o colchão e um armário. Passei mais de uma semana alojada em uma creche do município até baixar o nível da água. O Auxílio-chuvas foi um presente de Deus no meio disso tudo”, falou.
Dona Maria Joseli conta que não acreditou quando soube que receberia o benefício no valor total de R$ 2 mil. “Eu sabia que alguma coisa ia ser feita, que a população não ia ficar do jeito que tava, mas não imaginei que fosse tanto. Não imaginava que fosse nesse valor. Quando chega uma benção de Deus dessas, a gente toma até um susto. Fica até sem acreditar. Eu fiquei: é verdade? Me belisca”, contou a moradora de Rio Largo, que trabalhou durante muitos anos como doméstica e cozinheira.
Ela diz que vai comprar os bens essenciais que perdeu por causa da enchente, mas confessa que ainda está elencando a ordem de prioridade. Com a primeira parcela já em mãos, ela conta que vai dar uma olhada nos sites de venda na tentativa de achar uma geladeira e também um colchão num preço acessível.
“Eu digo sempre que, o básico do básico, uma pessoa, por mais pobre que seja, tem que ter, que é um fogão, uma cama e uma geladeira”, fala, ressaltando que as noites de sono nunca mais foram as mesmas desde que a água invadiu a casa dela. Os móveis que restaram, por exemplo, não voltaram mais para o lugar e estão suspensos por tijolos na tentativa de fazer com que eles saiam ilesos no caso de uma nova invasão da água na residência.
COMO SE CADASTRAR
Todas as famílias que tiveram prejuízos e precisaram deixar suas casas em razão das chuvas devem procurar a Secretaria de Assistência Social ou a Defesa Civil de seu município. Esses dois órgãos são os responsáveis para averiguar e comprovar a situação das pessoas, comunicando à Secretaria de Estado de Assistência e Desenvolvimento Social (Seades) a necessidades delas receberem o Auxílio-Chuvas.
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